Nesta quinta-feira, 09, durante a terceira reunião do Grupo de Trabalho da AMS que está discutindo alternativas para o VCMH, a FUP apresentou um estudo do Dieese sobre o histórico de reajustes do benefício ao longo dos últimos 20 anos e os impactos na renda dos trabalhadores e aposentados. Segundo o levantamento, até 2017, os reajustes do plano de saúde estiveram no mesmo patamar ou abaixo dos reajustes salariais, mas começaram a disparar em 2018, após as mudanças impostas pela Petrobrás na tabela do Grande Risco, impactando sobremaneira os beneficiários, principalmente os aposentados e trabalhadores com menores faixas de renda.
A apresentação do Dieese/FUP evidenciou que o objetivo da gestão da estatal passou a ser a redução dos passivos atuariais, enquanto a empresa registrava recordes de lucro e enriquecia os acionistas com dividendos escandalosos. Os representantes da FUP no GT ressaltaram a necessidade da Petrobrás interromper esse ciclo danoso, lembrando que o projeto do governo Bolsonaro era reduzir os passivos trabalhistas para privatizar a empresa e que isso hoje está na contramão do que pretende o governo Lula.
Os representantes da Petrobras, por sua vez, trouxeram para a reunião dados a partir da avaliação de custos reais da AMS e apresentaram alguns índices alternativos ao VCMH. A FUP ressaltou que é importante ter esses dados como referência, mas manifestou preocupação quanto ao impacto das alternativas apresentadas, principalmente em relação ao aumento do comprometimento da renda dos beneficiários, em função do equacionamento da Petros e da armadilha do suposto saldo devedor da AMS.
Os representantes sindicais frisaram que é preciso discutir criteriosamente os impactos de cada alternativa apontada pela empresa e cobraram uma análise mais ampla dos efeitos de cada índice apresentado pela empresa sobre as diversas faixas de renda dos beneficiários. A FUP lembrou que a principal riqueza da Petrobrás são os seus trabalhadores e que a escolha do índice alternativo ao VCMH deve levar isso em consideração, pois o que deve estar no centro do debate do Grupo de Trabalho é a vida dos beneficiários e de suas famílias, que já estão bastante impactadas pelos descontos abusivos da AMS.
A próxima reunião do GT é nesta sexta-feira, 10, pela manhã.
[Da imprensa da FUP]