Greve sanitária na Repar começa com grande adesão dos petroleiros

Categoria cruzou os braços porque a empresa insiste em expor trabalhadores ao risco de contaminação ao manter os serviços de parada de manutenção no ápice da pandemia do coronavírus.

Texto: Davi Macedo | Foto: Juce Lopes

O primeiro dia da greve sanitária na refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, foi marcado pela boa adesão dos petroleiros ao movimento. No primeiro corte de rendição de turno ininterrupto de revezamento, ocorrido às 07h00 desta segunda-feira (12), os veículos de transporte coletivo de trabalhadores chegaram com pouquíssimas pessoas.

Alguns dirigentes do Sindipetro Paraná e Santa Catarina realizaram um ato pela manhã, com os trabalhadores dentro dos veículos a fim de evitar aglomerações e cumprir com os protocolos de segurança. “Muitos trabalhadores entenderam a gravidade do problema e seguiram a recomendação do sindicato de ficar em casa, pelo bem das suas saúdes e dos seus familiares”, comentou Alexandro Guilherme Jorge, presidente do Sindipetro PR e SC.

Os petroleiros da Repar decidiram deflagrar greve em função da negativa da gestão da Petrobrás em suspender os serviços de parada de manutenção neste momento de agravamento da pandemia do coronavírus, procedimento iniciado neste dia 12 e que adiciona mais dois mil trabalhadores à rotina da refinaria pelo período de dois meses.

Por volta das 11h00 aconteceu a primeira reunião de negociação entre representantes do Sindicato e da estatal, mas foi infrutífera. A empresa se mantém irredutível ao considerar todas as atividades indispensáveis e exige índices de contingenciamento muito próximos do efetivo atual. Também se mostra negacionista com relação à pandemia ao desprezar os riscos de contaminação pela Covid-19 dentro de suas instalações. “Na visão dos gestores, a Repar está isolada, dentro de uma bolha que a separa de Araucária, do Paraná e do Brasil”, afirmou Roni Barbosa, dirigente do Sindipetro e secretário nacional de comunicação da CUT.

Em retaliação, a Petrobrás ameaçou os grevistas com suspensão de férias marcadas e adiamento do pagamento. “Os gestores abriram a caixa de ferramenta e usaram tudo o que tinham para tentar desmobilizar a greve. Isso mostra que o movimento começou forte e já incomoda bastante”, avaliou o presidente do Sindicato.

Na reunião virtual de avaliação da greve e definição dos próximos passos, finalizada no início da noite, os petroleiros da Repar debateram sobre o início da greve, a reunião com a Petrobrás e ações junto a parlamentares e órgãos governamentais em busca da suspensão da parada de manutenção até que a pandemia involua e os sistemas público e privado de saúde apresentem níveis seguros de capacidade de atendimento à população.

No segundo corte de rendição de turno da greve, por volta das 20h30, as nove vans levaram apenas três empregados às dependências da refinaria, sendo um deles supervisor.

Orientações sobre a greve

Por se tratar de uma greve sanitária, a orientação fundamental segue a mesma: fiquem em casa!

Durante o movimento, o Sindicato realizará reuniões virtuais diárias pela plataforma Zoom, sempre às 16h00, com todos os trabalhadores da Repar para avaliação da greve e definição das próximas ações. Para participar, será necessária inscrição prévia através do número (41) 98805-2367 (Liliane – Whatsapp ou ligação). Os dados requisitados são nome completo, número de matrícula, unidade, setor, se está no regime administrativo ou de turno e qual o grupo.

 Via Sindipetro PR/SC