Após a divisão imposta pelas direções sindicais que se desfiliaram da FUP, os petroleiros viveram…
Imprensa da FUP
Após a divisão imposta pelas direções sindicais que se desfiliaram da FUP, os petroleiros viveram na greve de março uma experiência que foi decisiva para a vitória do movimento: a reunificação. Durante cinco dias, as lideranças sindicais e os trabalhadores estiveram unidos, deixando de lado divergências políticas, para buscarem na luta e na negociação conjunta com a Petrobrás o atendimento dos pleitos da categoria.
Foi a primeira greve de muitos petroleiros e petroleiras, que não tinham ainda passado por essa experiência no Sistema Petrobrás. Alguns sequer haviam feito uma greve antes. A unidade e a solidariedade fortaleceram a luta, estimulando os trabalhadores a aderirem ao movimento, inclusive os terceirizados.
A Petrobrás, que aproveita-se da divisão da categoria para se fortalecer na relação capital x trabalho, ficou acuada diante de um movimento forte e coeso em todo o Brasil. Para se contrapor aos trabalhadores, a empresa partiu para o ataque, se utilizando de interditos proibitórios para retomar as unidades onde os petroleiros controlavam a produção. No quarto dia da greve, muitos dos terminais e áreas de E&P que estavam ocupados pelos trabalhadores foram recuperados pela Petrobrás. Naquele momento, os dirigentes da FUP sabiam que só a unidade e a resistência da categoria arrancariam da empresa uma proposta vitoriosa. E foi o que aconteceu.
A greve, portanto, deixou lições e desafios importantes para os petroleiros e as lideranças sindicais. O controle da produção e a reunificação da categoria são fundamentais no embate com a empresa e uma coisa está diretamente ligada à outra. Portanto, é chegada a hora dos trabalhadores seguirem os rumos apontados pela greve e reconstruírem a unidade nacional. A trajetória das organizações sindicais petroleiras em busca da unificação da categoria levou à construção da FUP no início dos anos 90 e é novamente, através da Federação, que os petroleiros devem retomar a unidade.
Aepet: nenhum apoio à greve
Foi lamentável ver a postura dos dirigentes da Aepet durante a greve dos petroleiros. Além de não emitirem sequer uma nota de apoio aos trabalhadores que lutavam legitimamente por seus direitos, a Associação de Engenheiros chegou a divulgar em seu boletim nota oficial da Petrobrás informando que a greve não havia impactado a produção. Os dirigentes da Aepet que disputam as eleições da Petros preferiram fazer campanha, enquanto os candidatos apoiados pela FUP lutavam pela categoria na greve.
É nas horas de embate que se conhece quem de fato está ao lado dos trabalhadores.