Greve nas sondas da Bahia traz novamente à tona autoritarismo das gerências

Os trabalhadores foram surpreendidos com a presença de um oficial de justiça, que vistoriou a sonda 116, em Pojuca…





Imprensa da FUP

Novamente, as gerências da Petrobrás se utilizam de instrumentos autoritários e agem com truculência para tentar impedir a liberdade de manifestação dos trabalhadores. Nesta quinta-feira, 03, quando a greve dos petroleiros terceirizados que atuam nas sondas da Bahia entra no quarto dia, os trabalhadores foram surpreendidos com a presença de um oficial de justiça, que vistoriou a sonda 116, em Pojuca. A sonda é uma das quatro que a Petrobrás mantém na Bahia e que estão paradas, desde segunda-feira, 28, quando os trabalhadores entraram em greve.

Levando adiante as ameaças feitas nas reuniões com os dirigentes da FUP e do Sindicato dos Químicos e Petroleiros da Bahia, as gerências da Petrobrás ingressaram com pedido de abusividade da greve, bem como interditos proibitórios. Durante a vistoria feita pelo oficial de justiça, nenhuma irregularidade foi encontrada, como alegavam os gestores da empresa. Os trabalhadores seguem adiante com a greve até esta sexta-feira, 04, quando avaliarão se continuam ou não com o movimento.

Como no tempo da ditadura

Mais uma vez, os petroleiros se contrapõem ao autoritarismo e truculência dos gestores da Petrobrás, que continuam agindo como se estivessem no tempo da ditadura. Intrumentos como interditos proibitórios têm sistematicamente sido utilizado pela empresa para tentar sufocar os movimentos grevistas da categoria.  O diretor da FUP, Ubiraney Porto, rechaçou os expedientes autoritários das gerências, bem como a postura intransigente da empresa em insistir em um modelo de contratação predatório, que tem aumentado a precarização das condições de trabalho e segurança, criando um fosso cada vez maior entre os petroleiros terceirizados e próprios.

No caso das sondas de perfuração, a FUP e seus sindicatos tentaram por várias vezes abrir uma negociação com a empresa para formalizar um conjunto de cláusulas nos novos contratos de prestação de serviço para proteger os direitos básicos dos trabalhadores.  A luta é para garantir respeito a regimes e jornadas, preservação dos postos de trabalho e salários, manutenção de benefícios, entre outros direitos conquistados a duras penas nestas duas últimas décadas. O total descaso dos gestores da Petrobrás, que sequer se dispuseram a negociar com os trabalhadores, revela a conivência com a precarização praticada pelas empresas terceirizadas. A resposta da categoria não poderia ser outra, se não a greve.

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