Os petroleiros das unidades de refino iniciaram nesta sexta-feira (30) a greve nacional contra o corte de postos de trabalho. Há cerca de duas semanas, a direção da Petrobrás impôs a redução de efetivos mínimos nas refinarias. Desde então, uma série de acidentes vem ocorrendo nas unidades.
No Paraná, o movimento começou com o corte de rendição dos turnos de revezamento ininterrupto à zero hora na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) e Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen-PR), ambas em Araucária, na região metropolitana de Curitiba, e na Usina do Xisto, em São Mateus do Sul.
As ações de mobilização foram intensificadas a partir das primeiras horas da manhã. A Rodovia do Xisto (BR 476) foi bloqueada nos dois sentidos, entre 08h00 e 10h00. As vias estão próximas ao acesso à Repar e Fafen-PR. A ação integrou a greve geral contra as reformas da previdência e trabalhista, convocada pela CUT e demais centrais sindicais.
O Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina e o Sindicato dos Petroquímicos lideram a ação, que contou também com a participação trabalhadores em manutenção industrial, professores e servidores municipais de Araucária. A Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Levante Popular da Juventude também participaram do protesto.
O presidente do Sindipetro PR e SC, Mário Dal Zot, denunciou as práticas abusivas da atual direção a Petrobrás. “O que eles estão fazendo conosco é um verdadeiro crime. Precarização e sucateamento de manutenção com redução de quadros próprio e terceirizado, gerando acúmulo de trabalho, acelerando serviços e causando condições inseguras. Um grande acidente pode acontecer nessas duas fábricas. Precisamos lutar, senão eles não vão parar com os cortes de postos de trabalho”, disse.
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Sucateamento e privatização
O secretário de segurança, meio ambiente e saúde (SMS) da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Gerson Castellano, alertou para o risco de acidentes e paralisação definitiva das duas unidades da Petrobrás na região da capital paranaense. “A Repar e a Fafen têm grande participação na economia de Araucária e de Curitiba. O que está sendo colocado em prática é que podemos ter um grande acidente que inviabilize a continuidade operacional de ambas as unidades. O que está sendo feito é a entrega do patrimônio nacional. Também é um crime e uma irresponsabilidade quando se reduz efetivo e não se investe em manutenção. Estamos com duas bombas prestes a explodir. E o pior é que isso está acontecendo em todo Brasil”.
Para Castellano, o processo de desmonte da Petrobrás tem a finalidade de privatizar a Companhia. “A Petrobrás, neste governo golpista, está fazendo a opção de reduzir a sua carga de produção para importar derivados. Isso é um processo de sucateamento para vender ou para fechar as unidades que foram construídas ao longo de muitos anos”, finalizou.
Fonte: Sindipetro-PR/SC