Greve geral cresce e deve parar transporte, escolas, bancos, comércio e indústria em todo o país

Faltando algumas horas para a greve geral que promete parar o país em um grande protesto nacional contra as reformas do governo ilegítimo de Michel Temer, várias categorias já estão em preparação para iniciar o movimento em diversos estados brasileiros.

O transporte coletivo por ônibus, metrô e trens será um dos setores com maior participação na mobilização, com paralisações já confirmadas na região metropolitana de São Paulo e em outras 17 capitais do pais. Apesar de alguns governos municipais e estaduais terem obtido liminares na Justiça do Trabalho que impõem multas aos sindicatos se não cumprirem a determinação de que sejam mantidos 80% dos serviços nos horários de pico e 60% fora desses períodos, as entidades não irão recuar e confirmaram paricipação na greve. “O que nós vamos perder com as reformas trabalhista e da Previdência é muito mais grave que a multa que estão nos impondo. Isso até já era previsto e não vai nos intimidar”, afirmou o secretário-geral do Sindicato dos Ferroviários da Zona Central do Brasil, Leonildo Bittencourt Canabrava, que organiza os trabalhadores das linhas 11-Coral (Luz-Estudantes) e 12-Safira (Brás-Calmon Viana) da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

Em São Paulo, 17 cidades da região metropolitana e toda a Baixada Santista vão ter o transporte coletivo paralisado, incluindo o sistema intermunicipal, executado pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU). Guarulhos, Itaquaquecetuba, Arujá, Poá, Ferraz de Vasconcelos, Osasco, Ribeirão Pires, São Caetano, São Bernardo do Campo, Santo André, Diadema, Mauá, Rio Grande da Serra, Embu-Guaçu, São Lourenço da Serra, Itapecerica da Serra e Osasco são as cidades metropolitanas que já tiveram a greve aprovada em assembleias de trabalhadores.

Na capital paulista, os trens das linhas 9-Esmeralda (Grajaú-Osasco), 8-Diamante (Júlio Prestes-Itapevi), 7-Rubi (Jundiaí-Luz) e 10-Turquesa (Brás-Rio Grande da Serra) também serão paralisados por 24 horas. No metrô, as linhas 1-Azul, (Jabaquara-Tucuruvi), 2-Verde (Vila Madalena-Vila Prudente), 3-Vermelha (Corinthians/Itaquera-Palmeiras/Barra Funda), 5-Lilás (Capão Redondo-Adolfo Pinheiro) e 15-Prata (Vila Prudente-Oratório) ficarão paralisadas o dia todo, a partir da zero hora de sexta-feira.

Os rodoviários também irão paralisar as atividades por 24 horas nas cidades de São Paulo,Rio de Janeiro, Brasília, Vitória, São Luís, Cuiabá, Campo Grande, Teresina, Natal, Recife, Belo Horizonte, Salvador, Curitiba, Porto Alegre, Rio Branco, Maceió, Manaus e Macapá.

Bancários, urbanitários, servidores da saúde pública, professores, metalúrgicos e comerciários também confirmaram adesão à greve.

Os professores da rede pública de Alagoas, Bahia, Brasília, Paraná, Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Ceará, Amapá, Tocantins, Espírito Santo, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo (municipal e estadual) também vão parar na sexta-feira. Docentes da rede privada de Alagoas, Pernambuco, Piauí, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais também aprovaram adesão à greve. O mesmo vale para professores das universidades federais e estaduais de todo o país.

Os estabelecimentos de saúde – hospitais, unidades básicas, prontos-socorros –, onde a paralisação não pode ser de 100% dos trabalhadores, vão funcionar com escala semelhante à de final de semana, priorizando o atendimento a emergências. Trabalhadores desse setor nos estados da Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima, Tocantins e São Paulo (inclusive na capital) vão parar.

Pilotos, copilotos e comissários de voo também aderiram à greve em São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Brasília e Porto Alegre. Já os aeroviários (funcionários que atuam no check-in, auxiliar de serviços gerais, mecânicos de pista, entre outros cargos) aprovaram a paralisação nacional de 24 horas nos aeroportos internacionais Franco Montoro, em Guarulhos, na Grande São Paulo, e Gilberto Freyre, em Pernambuco.

Também vão paralisar as atividades os bancários (em 22 estados), metalúrgicos (sete estados), comerciários (seis estados), eletricitários, químicos, petroleiros e trabalhadores de saneamento básico e dos Correios. Os servidores públicos das demais áreas, inclusive do Judiciário, vão ter paralisações em todas as capitais e dezenas de cidades médias. Trabalhadores do Porto de Santos também aprovaram a greve.

As propostas do governo Temer são rechaçadas pela maioria da população. Pesquisa Vox Populi divulgada no dia 13 indica que93% dos brasileiros são contra a reforma da Previdência e 80% contra a terceirização.

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Com informações das centrais sindicais e Rede Brasil Atual