Greve dos petroleiros segue forte na Bahia

Os petroleiros entram no quinto dia de greve com a ampliação do movimento em todo o Brasil. Na Bahia, trabalhadores próprios e terceirizados continuam participando do modelo de greve proposto pela direção do Sindipetro. Eles se dirigem às suas unidades de trabalho, onde permanecem por cerca de três horas debatendo com os diretores do sindicato e ouvindo os últimos informes sobre o movimento paredista. Em seguida, entram nos ônibus e retornam para as suas residências.

Foi assim na manhã dessa quarta-feira (05) em Taquipe uma das unidades da UO-BA. Somente gerentes, equipe médica, segurança industrial, patrimonial e equipe ambiental, entraram para trabalhar após negociação com o sindicato. Do lado de fora ficaram os trabalhadores e diretores do Sindipetro que receberam o apoio de representantes do Sitticcan, Sindprev e Sindflora.

Em unidades como Miranga, Bálsamo, Buracica, Candeias, Santiago e Araças, que também fazem parte da UO-BA, o procedimento desde o inicio da greve tem sido semelhante.

Já na RLAM e Temadre está havendo corte de rendição.

Na PBIO, a adesão à greve é de 100%, desde a segunda-feira (03). Os trabalhadores da manutenção, laboratório e adm estão de braços cruzados. Na fábrica de Biodiesel, a produção está quase parando devido ao movimento paredista.

Adesões

Os sindicatos ligados à FNP resolveram aderir à greve. Desta forma, o movimento se expandiu para todas as bases do Sistema Petrobrás no Brasil.

Mas apesar de estarem sendo seguidas todas as regras determinadas pela Lei de Greve (LEI Nº 7.783, DE 28 DE JUNHO DE 1989), o Ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra, em decisão monocrática estabeleceu multa de 500 mil reais por dia para cada Sindipetro em caso de realização de piquetes, além de determinar  a manutenção de 90% do efetivo nas unidades, mas não considerou a greve ilegal.

O jurídico da FUP e dos Sindipetros já estão entrando com recurso. Enquanto isso, a greve continua e está a cada dia mais forte.

A repercussão da greve nas redes sociais e na imprensa alternativa forçou a mídia tradicional a pautar o movimento, o que até então vinha acontecendo de forma tímida.

Essa é uma greve de resistência. Os petroleiros estão dando um recado claro para a atual gestão da Petrobrás e para o governo Bolsonaro: a categoria não assistirá de braços cruzados ao desmonte do Sistema Petrobrás – com fechamento e venda de unidades – às demissões em massa e ao descumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho.

[Sindipetro Bahia]