Greve dos petroleiros prossegue, com apoio dos movimentos sociais na luta contra o leilão de Libra

alt

alt

FUP

Os petroleiros aderiram massivamente à greve iniciada nesta quinta-feira, 17, em todas as refinarias, terminais, plataformas, campos de produção e demais unidades operacionais das bases da FUP. Em Pernambuco, a greve será deflagrada a zero hora desta sexta-feira, 18. O Sindipetro-PE/PB, junto com as centrais sindicais e movimentos sociais do estado, realizou pela manhã um grande ato contra o leilão de Libra, em frente a sede da Petrobrás, em Recife. No Ceará, a greve começa a zero hora do dia 21.

Segundo informações dos sindicatos da FUP, a adesão dos trabalhadores de turno é de 90% a 100%, com forte participação dos trabalhadores terceirizados e também do administrativo. A operação está sendo mantida nas maioria das regiões do país por equipes de contingência da Petrobrás, formadas por gerentes, supervisores e outros profissionais que normalmente não executam as tarefas de rotina das refinarias, plataformas e terminais, o que coloca em risco a segurança das equipes e das próprias unidades. Na plataforma PCE-1, em Macaé, a ação dos pelegos teve como consequência um vazamento de petróleo no oleoduto, segundo denúncias dos trabalhadores da unidade que aderiram à paralisação.

A greve prossegue nesta sexta-feira, 18.

Plataformas e campos terrestres

Na Bacia de Campos, a greve teve adesão de pelo menos 39 plataformas, que foram entregues pelos trabalhadores às equipes de contingência que a Petrobras embarcou. Destas, 15 foram entregues com a produção de petróleo parada ou reduzida.

Nos campos de produção terrestre da Bahia, os petroleiros anteciparam a paralisação para as 20 horas de ontem nas estações de Candeias, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passe, Socorro, Marapé e Dom João.  No Ativo Norte, cerca de 100 trabalhadores terceirizados e 70 próprios pararam a produção de 22 poços de petróleo.

No Rio Grande do Norte, os petroleiros pararam a produção nos campos terrestres de Alto do Rodrigues, Campo do Amaro, Riacho da Forquilha, Base 34 e Campo de Estreito, além do Polo de Guamaré. Todas as 22 plataformas marítimas da região também estão paradas, segundo o sindicato.O estado conta com 5.160 poços de petróleo, distribuídos em 60 campos de produção em terra e 10 no mar.

Refinarias

Estão parados os trabalhadores das refinarias de Duque de Caxias (Reduc/RJ), Manaus (Reman/AM), Paulínia (Replan/SP), Mauá (Recap/SP), Mataripe (Rlam/BA), Gabriel Passos (Regap/MG), Paraná (Repar), Alberto Pasqualine (Refap/RS), além da SIX (usina de Xisto/PR) e da FAFEN (fábrica de fertilizantes/BA).

Transpetro

Na Transpetro, a greve atinge os terminais de Solimões (AM), Madre de Deus (BA), Campos Elíseos (Duque de Caxias/RJ), Cabiúnas (Macaé/RJ), Guararema (SP), São Caetano (SP), Barueri (SP), Brasília, São Francisco do Sul (SC), Itajaí (SC), Guaramirim (SC), Biguaçu (SC), Paranaguá (PR), Osório (RS), Canoas (RS) e Rio Grande (RS).

Gás, Biodiesel e Termoelétricas

No Espírito Santo, todos os trabalhadores da Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC) aderiram à greve, inclusive os terceirizados, interrompendo a distribuição de gás.Também aderiram à greve os trabalhadores das usinas de Biodiesel da Bahia e de Montes Claros, da Termorio (Duque de Caxias) e da Termoeletrica Aureliano Chaves, em Minas Gerais.

Administrativo

No prédio da sede da Petrobrás em Salvador, em Pituba, a greve teve adesão dos cerca de quatro mil  trabalhadores diretos e terceirizados que atuam na unidade. Em Natal, a participação é de 90% dos trabalhadores da sede da empresa no Rio Grande do Norte. Em Manaus, também foi grande a participação dos trabalhadores, com mais de 80% de adesão nos escritórios. Em Macaé, o Sindipetro-NF realizou pela manhã uma grande mobilização no Terminal de Cabiúnas e na sede da UO-Rio, envolvendo na greve os trabalhadores do administrativo.

Interdito proibitório e cárcere privado

Como em outras greves, a Petrobrás voltou a desrespeitar o direto dos trabalhadores, mantendo os grevistas em cárcere privado, entre outras ações antissindicais. Em Macaé, logo pela manhã, a empresa ingressou com pedido de interdito proibitório, que foi acatado pelo juiz da 1ª Vara do Trabalho, sem sequer ouvir o sindicato. A medida, como na época da greve de 95, impõe multa de R$ 100 mil ao sindicato, caso as salas de controle das plataformas continuem sendo ocupadas pelos trabalhadores e a produção, paralisada. 

Em resposta, os petroleiros e movimentos sociais realizaram uma grande manifestação em frente à Justiça do Trabalho, exigindo aliberação dos trabalhadores das plataformas que estão sendo mantidos pela empresa em cárcere privado.

Em Manaus, houve conflitos com a polícia na Reman. Os policiais tentaram impedir a manifestação das centrais sindicais e movimentos sociais em apoio à greve dos petroleiros e contra o leilão de Libra.

Sindicatos e movimentos sociais intensificam luta contra o leilão de Libra

Esta semana, os petroleiros, centrais sindicais e movimentos sociais iniciaram uma jornada nacional de luta contra o leilão de Libra, que foi intensificada nesta quinta-feira, com uma série de atos e manifestações para impedir a privatização do maior campo de petróleo da atualidade. As mobilizações integram o calendário de luta da Via Campesina e da Plataforma Operária e Camponesa para a Energia, que engloba ocupações e marchas nas principais capitais do país. Em Brasília, a FUP participou quarta-feira da ocupação do Ministério da Agricultura e nesta quinta, do Ministério das Minas e Energia.

Desde ontem, estão sendo realizadas manifestações conjuntas com os movimentos sociais contra o leilão de Libra e o PL 4330 em frente às unidades da Petrobrás no Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Fortaleza, entre outras regiões do país. Nesta quinta-feira, os sindicatos de petroleiros deram sequência às manifestações conjuntas com os movimentos sociais em Canoas, Salvador, Manaus, Norte Fluminense, Recife, Betim, Natal, São Paulo e outras cidades, com atos públicos e mobilizações nas portas das unidades da Petrobrás.

Os petroleiros, cuja história sempre foi de resistência às privatizações e luta incansável em defesa da soberania nacional, permanecerão em greve em todo o país para impedir que a maior reserva do pré-sal seja leiloada e fortalecer a luta da classe trabalhadora contra o PL 4330.

ACESSE AQUI A GALERIA DE IMAGENS DA GREVE

{gallery}campanhas/2013/greve:97:73:0:0{/gallery}