A greve nacional dos petroleiros da Replan, em Paulínia, e da Recap, em Mauá, começou na tarde deste domingo (01.11), com o corte na rendição do turno das 15h. A adesão dos trabalhadores foi de 100% nas duas refinarias.
Na Recap, os portões de acesso foram mantidos abertos e presos com correntes, para evitar que os dirigentes sindicais conseguissem fechá-los, bloqueando a entrada dos trabalhadores. “Após muita conversa, negociamos a retirada das correntes para garantia do bom andamento da greve”, afirmou o coordenador da Regional Mauá do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro Unificado-SP), Juliano Deptula.
Segundo ele, a empresa também se negou a liberar os ônibus fretados para levar os trabalhadores de volta para casa. O pessoal, então, se organizou e promoveu caronas solidárias para o retorno. O turno conta com 35 trabalhadores.
De acordo com informações levantadas pela direção do Sindicato, os trabalhadores da segurança foram orientados a fazer o que for necessário para permitir a entrada do petroleiro que quiser trabalhar e proibir o acesso do sindicato na refinaria.
Replan
Na Replan, o grupo de contingência entrou na empresa antes das 15h. A direção do Sindicato conversou com os trabalhadores, convocados pela empresa, mas não impediu o acesso para não correr o risco de a greve ser julgada ilegal, já que a mobilização ainda não havia sido deflagrada.
O Sindicato promoveu um longo debate com os trabalhadores do turno das 15h e ficou acertado que eles entrariam na empresa com a presença do Sindicato e haveria a negociação da troca controlada. A empresa não aceitou a proposta e o pessoal, cerca de 70 trabalhadores, foi embora.
Além de se negar a negociar com o Sindicato, a Replan ainda usa artifícios para tentar convencer os trabalhadores a irem para a empresa. “Fomos informados que a chefia da refinaria está telefonando para alguns petroleiros e afirmando a eles que a entrada foi negociada com o Sindicato. Isso é mentira! Se for necessária alguma troca quem vai telefonar para o trabalhador é o sindicato e não a empresa. O petroleiro não deve, em hipótese alguma, atender esse chamado”, alertou o coordenador da Regional Campinas, Gustavo Marsaioli.
Plantão
Os diretores do Unificado permanecem durante toda a noite de hoje na frente das refinarias. Não haverá também a troca de turno da zero hora e, posteriormente, das 7h desta segunda-feira, dia 2 de novembro. “Vamos continuar de plantão mesmo embaixo de chuva”, destacou o diretor Auzélio Alves. Em Mauá, chove muito desde o início da greve.
Fonte: Sindipetro Unificado de São Paulo