Greve dos bancários arranca nova proposta com aumento real e PLR maior

Depois de 14 dias da greve em todos os 26 estados e no Distrito Federal, a Fenaban apresentou…

Contraf-CUT

Depois de 14 dias da greve em todos os 26 estados e no Distrito Federal, a Fenaban apresentou ao Comando Nacional dos Bancários uma nova proposta na rodada de negociação desta quarta-feira, 7, garantindo reajuste salarial de 6% em todas as verbas e Participação nos Lucros e Resultados (PLR) maior e com uma regra mais simples e justa do que a do ano passado.

O reajuste de 6% contempla um aumento real de 1,5% em relação à inflação calculada pelo INPC entre 1º de setembro de 2008 e 31 de agosto de 2009, que foi de 4,44%. Anteriormente, a Fenaban havia proposto um reajuste de 4,5%, o que foi rejeitado por todos os bancários.

A PLR mantém a distribuição de até 15% do lucro líquido, através da regra básica nos moldes do ano passado e da mudança da parcela adicional que, ao invés de ser apurada com base na variação do crescimento do lucro, passa a ser um valor distribuído linearmente para todos os funcionários (veja os valores abaixo).

A proposta ainda garante a ampliação da licença-maternidade para 180 dias para as funcionárias de todos os bancos e a isonomia de tratamento para casais homoafetivos, que passam a gozar dos mesmos direitos previstos na Convenção Coletiva.

"A proposta é resultado da força da greve da categoria e contempla ganho real de salários, o que temos conquistado em todas as campanhas desde 2004. Além disso, a regra de PLR proposta representa um avanço em relação à fórmula do ano passado, sendo mais simples e transparente. Pela proposta, a parcela adicional não será mais vinculada ao crescimento do lucro. Com isso, não existirá mais o risco de que os bancários não recebam esta parcela, exceto se não houver lucro, o que sempre existiu. Esse novo modelo de PLR define uma regra mais clara e justa", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.

Avaliação do Comando Nacional dos Bancários

O Comando considera que houve avanços em relação à primeira proposta da Fenaban, no dia 17 de setembro, que previa apenas a reposição da inflação do período e rebaixava a distribuição da PLR até 4% do lucro líquido dos bancos. A nova proposta garante aumento real de salário e mantém a distribuição de até 15% do lucro líquido na PLR através de uma fórmula que trará mais ganhos para os bancários com a alteração da parcela adicional.

A orientação do Comando Nacional é pela aprovação da proposta nas assembléias dos bancários de bancos privados que serão realizadas nesta quinta-feira, 8, pelos sindicatos em todo o país.

Banco do Brasil –
Em negociação na noite desta quarta-feira, o banco apresentou proposta considerada positiva pelo Comando, que orientou sua aprovação (

Caixa – O Comando se reúne às 9h desta quinta-feira para rodada de negociação com a Caixa, em São Paulo.

Veja a íntegra da proposta:

Reajuste
– 6% aplicado a todas as verbas, representando 1,5% de aumento real.

Participação nos Lucros e Resultados (PLR)
Regra básica:
– 90% do salário + valor fixo de R$ 1.024, com teto de R$ 6.680.
– Caso o valor distribuído para os bancários fique abaixo de 5% do lucro, o banco deverá aumentar a PLR de cada bancário até completar este percentual, com limite para cada bancário de 2,2 salários ou R$ 14.696, o que for atingido primeiro.
– O total pago por cada banco poderá atingir até 13% do lucro líquido.
– Os valores recebidos na regra Básica poderão ser compensados dos programas próprios de remuneração de cada banco.

Parcela Adicional

– 2% do lucro líquido distribuído linearmente para todos os trabalhadores até o limite de R$ 2.100.
– Os valores não poderão ser compensados dos programas próprios de remuneração.

Antecipação da PLR
– Regra básica – 54% do salário + R$ 614, com teto individual de R$ 4.008 e limite de 13% do lucro líquido do banco no primeiro semestre.
– Parcela Adicional – 2% do lucro líquido do primeiro semestre dividido linearmente para todos os funcionários, com limite de R$ 1.050.

Pisos
Salário de Ingresso
Portaria: R$ 683,38
Escriturário: R$ 980,08
Caixa: R$ 980,08 + R$ 289,93 (gratificação de caixa) = R$ 1.270,01

Salários após 90 dias
Portaria: R$ 748,59
Escriturário: R$ 1.074,46
Caixa: R$ 1.501,49 (já incluída gratificação)

Outras Verbas

ATS – R$ 16,59

Gratificação Compensador de Cheques – R$ 94,47

Auxílio refeição – R$ 16,88

Auxílio cesta-alimentação – R$ 289,31

13ª cesta-alimentação – R$ 289,31

Auxílio-Creche/Babá – R$ 207,95

Auxílio funeral – R$ 557,78

Ajuda deslocamento noturno – R$ 58,22

Indenização por Morte ou incapacidade Decorrente de Assalto – R$ 83.175,62

Requalificação profissional – R$ 831,28

Outros pontos

Ampliação da Licença Maternidade para 180 dias

Isonomia de tratamento para homoafetivos – as regras previstas na Convenção Coletiva para os cônjuges dos bancários serão garantidas para os parceiros de bancários e bancárias com relação homoafetiva. A comprovação da condição de parceiro (a) se dará com base nas mesmas exigências estabelecidas pela Previdência Social.

Dias parados – Serão compensados até o dia 15 de dezembro de 2009 e não poderão ser descontados, a exemplo da Convenção Coletiva de 2008. Além disso, a compensação será limitada a duas horas por dia e não pode recair nos finais de semana ou feriado, nem incidir sobre horas extras feitas antes da assinatura do acordo.

Saúde – A Fenaban vai retomar na segunda quinzena de novembro as reuniões da Comissão de Saúde, que não vinham ocorrendo.

Segurança Bancária – A Fenaban também vai retomar na segunda quinzena de novembro as reuniões da Comissão de Segurança Bancária, que não ocorriam há vários anos.

Auxílio creche/babá – Será mantido para filhos de bancários até a idade de 83 meses, não sendo reduzido para 71 meses como pretendia a Fenaban.