Para defender a soberania da Petrobrás, trabalhadores petroleiros realizaram uma greve de cinco dias em repúdio à colocação à venda de 104 concessões, com 98 delas produzindo. Todas estão divididas por cinco estados brasileiros: Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe, Bahia e Espírito Santo. Desta maneira, a paralisação ocorreu entre a madrugada do domingo, dia 31 de julho, e a sexta-feira, dia 5 de agosto. Assim como vários estados em que a categoria está mobilizada a favor da manutenção dos Campos Terrestres, São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Pernambuco e Paraná fizeram mobilizações em solidariedade à luta dos trabalhadores dos Campos terrestres e em apoio à batalha contra a privatização.
A greve foi um trabalho de convencimento dos piquetes por todos os estados, em todas as áreas dos campos terrestres de produção de gás e petróleo. “Nós conseguimos reduzir cerca de 75% da produção de petróleo em um campo. No norte da Bahia, atingimos cerca de 40% da produção de petróleo e gás. Tivemos uma adesão muito boa da categoria petroleira, além de outras categorias que também atuam no sistema Petrobrás”, afirmou Deyvyd Bacelar, coordenador do Sindipetro Bahia. Além disso, os ônibus chegaram vazios, e ocorreu – com frequência – um retorno para residências de todos os terceirizados por ausência de serviços e corte de produção em diversas concessões, em especial as que estão à venda.
Em outros estados do Brasil, a greve também ocorreu de forma intensa e serviu como denúncia à população sobre as ações do governo golpista de entregar o nosso Pré-Sal e colaborar para o desmonte da Petrobrás. Tadeu Porto, do Sindipetro Norte Fluminense, fez questão de lutar ao lado dos companheiros do sindicato da Bahia. “A Petrobrás é uma empresa de cunho internacional. Nós, do Norte Fluminense, sofremos esse tipo de problema com a Petrobrás querendo desabitar plataforma, hibernar sondas. Então sabemos a necessidade de união da categoria”.
No Rio Grande do Norte, os petroleiros e as petroleiras de Canto do Amaro manifestaram-se favorável aos seguintes encaminhamentos, como a suspensão da emissão de PT/PTT’s durante os cinco dias de greve; Estado de Assembleia Permanente; e Participação no ato em frente à Base-34.
Desta forma, a greve de cinco dias denunciou a entrega do patrimônio do nosso povo, lembrando a importância econômica e social dos Campos maduros, que estão sendo doados. Segundo o coordenador geral da FUP, Zé Maria: “a nossa categoria vai resistir a essa entrega. Não podemos nunca enfrentar crises com receitas antigas, que é o que o governo interino faz, ao colocar o Pedro Parente à frente da nossa empresa. A receita contra a crise para eles é a doação de ativos, e nós, da FUP, com os movimentos sociais, vamos resistir, pois essa é a nossa marca”.
Com a adesão massiva de trabalhadores próprios e terceirizados, os petroleiros demonstraram sua disposição de luta em defesa da Petrobrás e do Brasil! Contra a privatização da Petrobrás! Nenhum ativo a menos!
