Greve da BR Distribuidora entra no 3º dia e empresa recorre ao judiciário

Nesta quarta (17\08), terceiro dia de greve da BR Distribuidora, os trabalhadores mantêm a adesão e a greve continua forte nas unidades de Salvador (sede Stiep), Camaçari (BACAM), Mataripe  (BAMAT), DEROD e Itabuna (BAUNA). A DEROD, que fica na BR 324, é responsável pela distribuição de lubrificantes na Bahia, Sergipe e Alagoas e todas as atividades estão paradas.

Além dessas unidades, a GEOPAR, que fica em Camaçari, está também paralisada desde o dia 15\08. Esta unidade da BR é a maior distribuidora da ARLA 32 da América Latina (a Fafen faz a mistura da água com a ureia), um reagente usado juntamente com o sistema de redução catalítica seletiva – SCR – para diminuir quimicamente as emissões de óxido de nitrogênio presente nos gases de escape dos veículos a diesel.

A força dos grevistas surpreendeu as gerências da BR Distribuidora nestes três dias em todas as unidades do estado e só faz aumentar o risco do abastecimento de combustíveis oriundo da base de Mataripe – distribuído para Salvador e Região Metropolitana – e também da base de Itabuna – que abastece todo o Sul da Bahia. Os caminhões tanques continuam ou parado nas garagens das empresas ou congestionando várias rodovias, como a BA 523.

Para furar o bloqueio da greve, a BR passou a usar motoristas de outras empresas, a usar as instalações da Petrobahia para abastecer caminhões e gravidade maior: caminhões da BR estão saindo sem nota fiscal, sendo faturado depois em garagens particulares, uma tentativa de burlar o fisco.  

Com a greve, a falta de óleo combustível distribuído pela BR atinge também as Termoelétricas BA-1, Arembepe e Murici. Na UTE Arembepe, que tem capacidade de gerar 130 MW, no momento está parada e sem previsão de partida (programação). A unidade só volta a rodar a planta se o COE (Rio) solicitar.

O óleo armazenado, caso a planta venha a operar, dará apenas para mais dois dias, no máximo, trabalhando 24h.

A UTE Bahia tem capacidade para trabalhar com 35 MW, mas está com capacidade de apenas 28 MW, com previsão de também paralisar suas atividades.

A UTE Murici tem capacidade para trabalhar com 140 MW, mas o óleo armazenado só garante funcionamento no máximo por dois dias.

O objetivo do movimento paredista é barrar a venda da subsidiária da Petrobrás, assim como o desmonte da empresa pelo governo interino, que já colocou à venda diversos ativos da estatal.  A luta é contra a entrega de 51% das ações da subsidiária ao capital privado e já atinge dez estados do país: RJ, BA, SP, RS, PE, AM, MG, SE, CE e RN.

O comitê de greve do SIMCOLBA tomou conhecimento que a BR Distribuidora teve deferida uma liminar de uma das Varas do Trabalho de Salvador, em uma ação chamada interdito proibitório. Essa é uma ação que discute direito de posse e não de greve. A juíza não proibiu a greve, nem poderia, porque ela é um direito constitucional dos trabalhadores. A liminar é para garantir o uso do imóvel e o direito de ir e vir – entrar e sair na unidade – sendo a orientação então que a decisão judicial é para ser cumprida, portanto,  os grevistas não podem colocar carros ou objetos que fechem os acessos da empresa. A greve tem que ser feita na forma da lei. Se a ordem não for cumprida acarretará multas à entidade sindical.

Ainda segundo o comitê de greve do SIMCOLBA, o melhor é fazer o convencimento dos trabalhadores no boca a boca, usando faixas; tudo esta transcorrendo na paz, mas caso a polícia chegue ao local, sempre dialogar e demonstrar que o papel do grevista ali é exercer o direito de aliciar mais grevistas, pois  convencer o trabalhador a aderir a greve também é um direito. 

Fonte: Sindipetro-BA, com informações são do comitê de greve do SIMCOLBA