Greve - 2009

MARÇO DE 2009: A RETOMADA DA LUTA UNIFICADA

Os trabalhadores do Sistema Petrobrás iniciaram o ano de 2009 enfrentando reduções de direitos e descumprimentos de acordos, sob a justificativa da crise financeira internacional. Tanto a Petrobrás, quanto as suas prestadoras de serviço cortaram e flexibilizaram uma série de direitos, tentando impor aos trabalhadores os ônus da crise criada pelo capitalismo neoliberal. A resposta dos petroleiros foi uma greve unificada de cinco dias, que mobilizou a categoria de norte a sul do país, entre os dias 23 e 27 de março. Apesar das ameaças e pressões das gerências da Petrobrás, os trabalhadores assumiram a produção em várias unidades de produção e distribuição de petróleo e gás.

A empresa reagiu com truculência e autoritarismo, desrespeitando o direito constitucional de greve, com uma avalanche de interditos proibitórios. Além disso, os gerentes da Petrobrás mantiveram trabalhadores sob cárcere privado em várias unidades; colocaram em risco a segurança ao tocarem a produção a qualquer custo, com equipes de contingência com efetivos reduzidos e despreparados; cortaram a comunicação dos trabalhadores embarcados nas plataformas; distribuíram cartas de demissão; desrespeitaram decisões judiciais, entre tantas outras ameaças e coações.

Os petroleiros não se intimidaram e resistiram bravamente às pressões e assédios das gerências. A força da greve em todo o país deixou claro para a Petrobrás a disposição da categoria continuar a luta.   Além dos petroleiros dos 11 sindicatos filiados à FUP, a greve teve adesão dos trabalhadores dos sindicatos do Rio Grande do Sul, Litoral Paulista, São José dos Campos, Rio de Janeiro e Sergipe/Alagoas. Os petroleiros que prestam serviço para a Petrobrás também se somaram ao primeiro dia do movimento (23/03), parando por 24 horas as atividades terceirizadas na empresa.

Ao final dos cinco dias de greve, os trabalhadores arrancaram uma proposta com avanços em relação à segurança, às horas extras dos feriados trabalhados nos regimes de turno e ao regramento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). A Petrobrás também assumiu compromisso na mesa de negociação de não perseguir nenhum trabalhador por participação na greve e a desistir dos interditos proibitórios movidos contra as organizações sindicais durante os cinco dias do movimento. A categoria saiu da greve vitoriosa e fortalecida para a campanha reivindicatória, em setembro, com a certeza de que as conquistas só ocorrem com luta e unidade.

BOLETIM SOBRE A GREVE