Governo, Partido e Sindicato.







                                                                      “Os homens erram, ou porque se enganam, ou porque distorcem a verdade por força dos seus interesses.”

Cada segmento da sociedade civil tem seu papel perfeitamente definido, para cada período da história; período este como a espiral dialética, segundo Hegel: a história se caracteriza ou se comporta ao longo da linha do tempo como uma espiral, pois, ela à história, sucessivamente, se repete em estágios superiores da humanidade. Talvez, estejamos iniciando um destes períodos da história, com o advento, do governo da presidenta Dilma Russef, será? Só o tempo eterno senhor da história nos dirá.

Analisando os últimos 40 anos da vida política brasileira, tempo suficiente para despertar uma nova geração; a geração “antiga” realiza a educação dos “jovens”; haverá conflito, discórdias, mas se trata de fenômenos superficiais inerentes a toda obra educativa… – a menos que estejam em jogo interferência de classe, isto é, os “jovens” ou grande parcela deles se rebela e, passam para a classe operária progressista, que se tornou historicamente capaz de tomar o poder; foi isto, que aconteceu para a vitória do presidente LULA em 2002; agora os “jovens” deixam de ser dirigidos pelos “velhos”de uma classe para serem dirigidos pelos “velhos” de uma outra classe; de qualquer modo, permanece a subordinação real dos “jovens” aos “velhos” como geração, mesmo com as diferenças de temperamento e vivacidade. Nunca foi o papel de qualquer governo dá formação ideológica de classe para o seu povo, é sim papel do partido político fazê-lo.

A escola do partido separada do chão da fábrica do trabalhador decai, o trabalhador excluído da vida literária perde sua dignidade, pois, a literatura volta a ser um fenômeno de casta. A fraternidade franciscana hoje inexiste até mesmo em grande parte da própria OFM (ordem dos frades menores). O aluno das escolas públicas não estabelece de modo algum, como seria de esperar, uma ponte entre o trabalhador (intelectual do partido) e a burguesia. Na maioria das vezes o vê apenas como um burguês a mais, tudo bem. Mas seus irmãos deixam de reconhecê-lo. Não mais vêem nele um dos seus. “Como os “jovens” em nada participa do modo de expressão dos intelectuais, torna-se necessário ou que se oponha aos intelectuais, construindo uma espécie de nacionalidade com uma linguagem própria, ou que ele deixe absolutamente de ter uma linguagem e mergulhe na barbárie”. Não é tarefa do partido político formar o “jovem” trabalhador; mas, é o papel principal do sindicalismo cidadão; infelizmente, muitos sindicatos ainda hoje acreditam que sua tarefa única é lutar pelas as condições econômicas de sua categoria profissional, estes estão, definitivamente, fadados a desaparecer em curto espaço de tempo.

Um conformismo estarrecedor se instalou na maioria dos sindicatos de trabalhadores. Digo que na maioria das empresas estatais se determinou uma zona de silêncio da qual o trabalhador não pode mais sair e onde o intelectual já não pode mais entrar. Estão tão separados que quer o intelectual, surgido do meio operário, já não encontra de modo algum o caminho para lá chegar. E, foi exatamente, a construção desde o chão da fábrica que deu a identidade de classe trabalhadora ao PT (Partido dos Trabalhadores). Temos o dever se zelar por este fundamento, é papel dos sindicatos para a sua própria sobrevivência.