A sanha golpista pela entrega do patrimônio nacional avança agora sobre as Fábricas de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen’s). A Direção da Petrobrás emitiu comunicado nesta segunda-feira (11) no qual relata à força de trabalho que iniciou o “processo competitivo para venda da Araucária Nitrogenados e da UFN-III”.
Em sádicas palavras, diz se tratar de uma “oportunidade de desinvestimento alinhada ao objetivo estratégico de saída de segmento de fertilizantes”.
A Araucária Nitrogenados S.A (Fafen-PR) utiliza resíduo asfáltico da Repar para produzir até 1.303 toneladas por dia de amônia e 1.975 t/dia de ureia, além de 450 m³/dia do Agente Redutor Líquido Automotivo (ARLA 32), 200 t/dia de gás carbônico e 75 t/dia de carbono peletizado. Já a UFN-III (Fafen-MS), localizada na cidade de Três Lagoas, sequer entrou em operação. A construção foi paralisada em dezembro de 2014, quando estava com cerca de 80% do projeto concluído.
Desde a inauguração da planta industrial, em 1982, os petroquímicos da Fafen-PR são companheiros de luta dos petroleiros. A primeira sede do Sindiquímica Paraná, legítimo representante da categoria petroquímica no estado, funcionou dentro da sede do Sindipetro. Trata-se de uma relação histórica de companheirismo e luta em defesa das causas trabalhistas e humanitárias.
A ameaça de privatização mais uma vez bate à porta dos companheiros da Fafen-PR. A fábrica foi vendida em 1993, durante o governo de Itamar Franco, mas o processo de privatização do setor de fertilizantes havia se iniciado na administração de Fernando Collor. Na época foi realizada uma grande campanha contra a privatização, na qual os petroleiros se engajaram e lutaram ombro a ombro com os petroquímicos. Mesmo com toda a mobilização e apoio da sociedade, os trabalhadores não conseguiram impedir a privatização da fábrica que, na época, produzia 42% dos fertilizantes utilizados no país.
A Fafen-PR voltou para o Sistema Petrobrás em 2013, após uma transação comercial da estatal com a Vale Fertilizantes, então proprietária da fábrica, sob a ótica do projeto de soberania nacional e da Petrobrás como empresa estatal integrada e indutora do desenvolvimento econômico e social do país, interrompido com o golpe político, jurídico e midiático de 2016.
Diante do anúncio do presidente golpista da Petrobrás, Pedro Parente, de colocar a Fafen-PR novamente no balcão de negócios do mercado, o Sindipetro Paraná e Santa Catarina, em nome da categoria petroleira, reafirma os laços de união e companheirismo com os petroquímicos e lutará até as últimas consequências para barrar a venda da Fafen-PR e a continuidade do desmonte do Sistema Petrobrás.
A luta dos petroquímicos é a luta dos petroleiros. Abaixo às privatizações.
Curitiba, 11 de setembro de 2017
Direção Executiva
Sindipetro Paraná e Santa Catarina