Gestores da Petrobrás descumprem ACT, violam efetivos e aumentam insegurança

Os diversos programas de reestruturação de efetivos que estão sendo impostos goela abaixo dos trabalhadores pelos gestores da Petrobrás, além de violarem o Acordo Coletivo, aumentaram consideravelmente os riscos de acidentes. O MOBILIZA, o PLAFORT e o PIDV são um claro ataque à Cláusula 96 do ACT, que garante um fórum corporativo de discussão de efetivos com o movimento sindical.

Os trabalhadores, que já sofrem riscos diários em função da insegurança crônica nas unidades da Petrobrás, estão vivendo na pele as conseqüências de um efetivo reduzido, incapaz de acompanhar as demandas de crescimento da empresa. Já vimos esse filme antes e o resultado foram os grandes acidentes ambientais do início dos anos 2000 e o afundamento da P-36,em março de 2001. Não por acaso, oúltimo programa de saída em massa de trabalhadores da empresa foi iniciado em 1999 e terminou em 2001.

Se os atuais gestores da empresa continuarem cometendo os mesmos erros do passado, recusando-se a discutir objetivamente com os trabalhadores a recomposição dos efetivos, corremos seriamente o risco de outro grande acidente na Petrobrás.Vide as diversas ocorrências nas refinarias e plataformas. A FUP exigiu a recomposição integral dos 8.298 postos de trabalho que estão sendo extintos em função do PIDV, mas os gestores da Petrobrás absurdamente se negam a atender.

Na última reunião da Comissão de Acompanhamento do Acordo, a Petrobrás informou que 2.971 trabalhadores que aderiram ao PIDV já saíram da empresa e que até dezembro, outro três mil petroleiros deverão deixar a companhia. O mesmo acontece na Transpetro, onde 370 trabalhadores já aderiam ao programa. Nenhuma dessas vagas foi preenchida.

O PIDV foi concebido sem qualquer discussão prévia com o movimento sindical e implementado a toque de caixa, a ponto da Petros não estar conseguindo dar vazão aos processos de aposentadoria em massa, já que não teve tempo hábil sequer de se planejar para isso.  A conseqüência é que vários petroleiros que aderiram ao PIDV e deixaram a Petrobrás estão tendo problemas com o benefício farmácia e a AMS.