No intervalo de um mês, dois trabalhadores perderam a vida em acidentes na Petrobrás…
Imprensa da FUP
No intervalo de um mês, dois trabalhadores perderam a vida em acidentes na Petrobrás. Ambos eram terceirizados, tinham apenas 28 anos de idade e prestavam serviços em unidades do E&P, setor da empresa que concentra o maior número de acidentes e mortes. O trabalhador morto no último dia 10, no Rio Grande do Norte, tinha sido admitido há apenas dois meses pela Q&B Serviços. Morreu de forma estúpida, ao ser atingido na cabeça por uma peça de uma tonelada, que desprendeu-se de uma sonda. Perdeu a vida em função de uma política de SMS irresponsável, que, em vez de proteger o trabalhador, trata os acidentes como fatalidade ou então foca nele a culpa pelo ocorrido.
Nos últimos dez anos, 134 trabalhadores terceirizados foram vítimas de acidentes fatais na Petrobrás. Neste mesmo período, 31 trabalhadores próprios da estatal morreram em acidentes de trabalho. O contingente de prestadores de serviço que perdem avida em acidentes na Petrobrás sobe para 220, se considerarmos os registros da FUP desde 1995. Ou seja, mais de 80% das vítimas de acidentes fatais ocorridos na empresa são terceirizados, cujas condições de trabalho estão muito aquém do que a Petrobrás pratica para seus trabalhadores próprios.
Mortes anunciadas, que poderiam ter sido evitadas, se a direção da Petrobrás priorizasse as reivindicações da FUP e seus sindicatos, que têm insistentemente cobrado mudanças estruturais nas políticas de terceirização e de segurança. A empresa, no entanto, age na contramão da responsabilidade social que tanto prega e segue descumprindo acordos, infringindo regimes e jornadas de trabalho com efetivos reduzidos, cortando treinamentos, reduzindo custos com manutenção de equipamentos, quarteirizando atividades, enfim, arriscando diariamente a vida dos trabalhadores.