FUP e sindicatos voltam a discutir o TAC dia 27 com o Ministério Público do Trabalho…
Imprensa da FUP
O montador de andaimes Reginaldo Saraiva de Souza foi a mais recente vítima da política de insegurança que diariamente coloca em risco a vida de milhares de trabalhadores do Sistema Petrobrás. No caso de Reginaldo, os gestores da empresa não puderam subnotificar o acidente, como fazem rotineiramente. Reginaldo morreu queimado por labaredas de até 10 metros de altura, durante um incêndio no último dia 17, na Refinaria Henrique Lages (Revap), em São José dos Campos (SP). Ele e dois colegas da empresa LM foram atingidos pela chama que incendiou a Unidade de Hidrotratamento de Diesel.
Foi o segundo acidente fatal ocorrido este ano na Petrobrás, os dois envolvendo trabalhadores terceirizados. Desde 1995, a insegurança crônica na empresa já vitimou 291 petroleiros, dos quais 234 eram terceirizados. Mortes que, revoltosamente, continuam sendo banalizadas pelos gestores da Petrobrás, que nada fazem para alterar a política de SMS e a cultura de subnotificação de acidentes que já contaminou praticamente todo o corpo gerencial da empresa. Na próxima sexta-feira, 27, a FUP e seus sindicatos reúnem-se com o Ministério Público do Trabalho para relatar os diversos casos de descumprimento do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que o órgão firmou com a Petrobrás, justamente para obrigar a empresa a acabar com as subnotificações de acidentes.
FUP discute segurança com o Ministério do Meio Ambiente
A insegurança crônica que afeta a indústria de petróleo é um risco potencial para o meio ambiente. Com este enfoque, a FUP reuniu-se no último dia 18 com o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, Francisco Gaetani, para cobrar uma atuação efetiva do órgão na fiscalização e acompanhamento das empresas do setor. O coordenador da FUP, João Antônio de Moraes, frisou que se os trabalhadores não estiverem seguros, a sociedade também não estará, pois as condições de trabalho no setor estão proporcionalmente relacionadas aos riscos de acidentes e seus reflexos ambientais. A FUP relatou ao Ministério os principais embates dos petroleiros com o Sistema Petrobrás e demais empresas de petróleo em relação à Saúde, Meio Ambiente e Segurança. A Federação ressaltou que o Ministério deve ir além do acompanhamento das licenças ambientais e fiscalizar e acompanhar também as condições de trabalho e a forma como as empresas atuam no dia-a-dia. “Os trabalhadores têm total interesse neste debate, pois envolve segurança e qualidade de vida, ao contrário das empresas, cujos interesses são meramente econômicos”, declarou Moraes.