Gestão da SIX se recusa a negociar pauta de reivindicações e empurra trabalhadores para a greve

Gestores da Usina do Xisto não participaram de reunião com dirigentes do Sindipetro PR/SC para tratar da pauta corporativa dos trabalhadores, que iniciam assembleias nesta quinta para deliberar sobre a greve 

[Da imprensa do Sindipetro PR/SC]

O Sindipetro Paraná e Santa Catarina, diante da recusa da gestão da Usina do Xisto (SIX), em São Mateus do Sul, de participar da reunião de negociação prevista para a última terça-feira (16), convoca todos os trabalhadores da unidade para participar de assembleia geral extraordinária. Serão seis sessões, entre os dias 18 e 22 de março, em formato virtual por conta da pandemia do coronavírus, para debater e deliberar sobre deflagração de greve na SIX.

O Sindicato pretendia negociar com a empresa sobre as pautas corporativa e social, protocoladas junto à Gerência Geral da SIX em 18/02, com itens relacionados às condições de trabalho e garantia de direitos caso se confirme a privatização da unidade, bem como à segurança dos trabalhadores, instalações e comunidades do entorno da SIX. Porém, com a recusa da empresa (confira o vídeo abaixo), faz-se necessário remeter o impasse à avaliação dos trabalhadores em assembleia.

Para Mário Dal Zot, secretário jurídico e de relações institucionais da FUP, que é petroleiro lotado na Usina do Xisto, além de diretor do Sindipetro PR e SC, a greve é o único caminho para forçar a negociação, após diversas tentativas frustradas por parte do Sindicato. “A SIX está sendo vendida, está sendo sucateada e as condições de trabalho precarizadas, causando insegurança e potencialidade de acidentes graves. Em momento algum os gestores se importaram com os empregados e os impactos na vida familiar, social e laboral desses. Se limitam a observarem apenas questões financistas. Se recusam a tratar do fator humano, de reduzir esses impactos e fazer um planejamento negociado com os representantes dos empregados”, afirma.

De acordo com o advogado Sidnei Machado, assessor jurídico do Sindipetro PR e SC, a empresa é obrigada a negociar com o Sindicato. “A cada conflito ou demanda nova entre empresa e trabalhadores é o momento para se estabelecer o diálogo e se chegar a um acordo. Esse é o nosso modelo, está na lei da CLT desde sempre e também na Constituição. Ademais, é o modelo democrático de qualquer país civilizado. Em qualquer modelo democrático é o Sindicato que negocia com a empresa e pactua as condições de trabalho. Se não temos esse elemento mínimo, básico, de se ter uma mesa de negociação para a empresa ouvir as reivindicações dos trabalhadores, lamentavelmente estamos ingressando num modelo sem democracia nas relações de trabalho. Se torna um espaço de relação autoritária”.

Inscrições

Para participar das sessões de assembleia será necessário cadastro prévio que deve ser feito através dos e-mails [email protected] e  [email protected]  ou pelos telefones/whats (41) 98805-2367 / 99235 1435. O trabalhador deverá informar o nome completo, número de matrícula, unidade, setor, se está no regime administrativo ou de turno e qual o grupo, ou ainda se é aposentado.