A atual gestão da Petrobrás vem oferecendo ao mercado excelentes negócios a preços accessíveis ao intensificar o seu projeto de dar fim ao Sistema Petrobrás e à grande petrolífera que chegou a ser a quarta maior do mundo em valor de mercado no governo Lula (2010).
A princípio, a gestão da estatal, como diz o dito popular, estava “comendo pelas beiradas”, vendendo uma unidade aqui, outra ali. Mas no mês de agosto, decidiu seguir o conselho do Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles e “passar a boiada”.
Foram colocados à venda 100% dos campos terrestres e de águas rasas de diversos estados. São eles: Campo de Juruá, na Bacia de Solimões, no Estado do Amazonas; todos os campos dos estados do Ceará, Sergipe, Alagoas, Norte Capixaba (São Mateus) e Rio Grande do Norte.
Na Bahia, a direção do Sistema Petrobrás anunciou a venda do Polo Rio Ventura, composto pelos campos de exploração e produção de Água Grande, Bonsucesso, Fazenda Alto das Pedras, Pedrinhas, Pojuca, Rio Pojuca, Tapiranga e Tapiranga Norte, localizados nos municípios de Catu, Mata de São João, Pojuca e São Sebastião do Passé.
A direção do Sindipetro recebeu informações confiáveis que em breve a direção da estatal anunciará os compradores dos Polos de Candeias e Miranga, que já estão em fase final de venda e irá comunicar o processo de venda dos Polos de Bálsamo, Araças e Buracica ainda esse ano.
Portanto, com a venda desses campos terrestres, da Rlam, Transpetro, PBIO, Termoelétricas e o arrendamento da Fafen, a Petrobrás sairá definitivamente da Bahia, estado onde nasceu. Assim como já está saindo dos outros estados do Nordeste, do Norte e de parte do Espirito Santo.
Definitivamente será o fim da Petrobrás no Nordeste, região que muito contribuiu para o crescimento da estatal e que necessita de seus investimentos.
Há algum tempo a direção do Sindipetro vem alertando para isso através de campanhas na mídia, mobilizações, greves e audiências públicas que aconteceram na Assembleia Legislativa da Bahia e nas câmaras de vereadores de todas as cidades que abrigam unidades da Petrobrás no estado.
“Conversamos muito, explicamos e alertamos para os prejuízos que viriam com a saída da estatal da Bahia como a redução da arrecadação de royalties, ICMS e ISS para o estado e esses municípios. Além da perda de milhares de postos de trabalho com a demissão dos trabalhadores terceirizados e de receita com a provável transferência dos trabalhadores concursados para outros estados”, afirma o Coordenador Geral do Sindipetro, Jairo Batista.
É inacreditável que a gestão do Sistema Petrobrás tenha colocado tantas unidades à venda em um momento de crise sanitária devido à pandemia da Covid-19 e de crise econômica, social e politica, quando temos familiares do presidente Bolsonaro sendo investigados por envolvimento em atos ilícitos e de corrupção.
O fato é que a ação da direção da Petrobrás é intencional com o claro objetivo de entregar a riqueza e o patrimônio público do Brasil para as empresas privadas. O que estamos presenciando é um saque institucional promovido pelo governo Bolsonaro e pela atual direção da Petrobrás.
A População brasileira precisa se indignar com o que está acontecendo com a Petrobrás, pois esse desmonte não diz respeito só aos funcionários da empresa, é um ataque à soberania e ao país. Ao longo de sua história, com as reiteradas tentativas de privatizações, a exemplo da que ocorreu no governo de FHC, a Petrobras nunca foi tão atacada como agora. E o pior é a pilhagem que está ocorrendo. Um crime à luz do dia.
[Da imprensa do Sindipetro-BA]