Não bastasse todo o sofrimento que os gestores da Petrobras vêm impondo aos aposentados e pensionistas, com a colaboração dos gestores da Petros, eles correm o risco de amargar o pior Natal da sua históriia. Com dívidas acumuladas por conta dos ataques aos planos de saúde e de previdência (PPSP) e dos descontos abusivos na AMS, impostos unilateralmente, sem transparência e, em sua maioria, de forma ilegal, eles estão vivendo de empréstimos para complementar o benefício do INSS, já que a parcela da Petros fica praticamente 100% comprometida.
Neste mês de novembro, a situação será mais grave ainda, pois, diante da negativa da Petros em estender, até janeiro de 2022, a suspensão provisória das mensalidades dos empréstimos pessoais, os descontos voltam a ser feitos no próximo dia 25/11. Para piorar, como os aposentados e pensionistas já receberam o valor integral do seu 13º beneficio, no primeiro semestre deste ano (tanto a parcela do INSS, quanto a parcela da Petros), todos os descontos da Petros e da AMS, normais e extraordinários, sobre o seu 13º beneficio, irão incidir somente agora, neste mês de novembro, alem de todos os descontos, normais e extraordinários, da AMS e da Petros do próprio mês de novembro.
Esse acúmulo absurdo de descontos fará com que a maioria dos aposentados e pensionistas não tenha nada a receber no final do mês. Muitos correm o risco de ficar com a parcela do seu benefício na Petros negativa e, caso isso aconteça, irão acumular novos descontos no próximo mês de dezembro em relação a parte das dívidas de novembro que não puderam ser descontadas.
O diretor da FUP, Paulo César Martin, solicita aos aposentados e pensionistas que fiquem atentos aos descontos que serão cobrados em dobro, pois o 13º já foi pago, mas os descontos só serão feitos agora, tanto nas parcelas da Petros, quanto do INSS. Somam-se a esses descontos mensais, normais e extraordinários, da Petros e da AMS, os demais descontos abusivos da AMS, que estão sendo feitos sobre o saldo devedor da AMS, com a rubrica de amortização.
“O adiantamento do dia 10/11, que foi pago sem desconto, será praticamente a única renda desses companheiros e companheiras pois, quando vier o pagamento do restante, no dia 25/11, os descontos poderão consumir todo o valor do benefício. Ou seja, nossos aposentados e pensionistas estão na iminência de terem a parcela Petros zerada neste final de ano, só contando com o benefício do INSS e, mesmo assim, sem o seu 13º benefício. Desta forma, os assistidos não devem fazer nenhuma despesa extra, que não seja absolutamente necessária”, alerta Paulo César.
As direções da FUP e dos sindicatos continuam pressionando a direção da Petros, para que a volta da cobrança dos empréstimos pessoais ocorra somente a partir de janeiro de 2022, buscando, assim, minimizar o impacto financeiro dos altos descontos que estão ocorrendo nos salários e benefícios dos participantes e assistidos.
A gestão da Petros, no entanto, segue resistente a essa proposta, da mesma forma, que recusou uma renegociação das dívidas dos empréstimos, que buscava aumentar o prazo, de acordo com a expectativa de vida de cada assistido (aposentado e pensionista).
O objetivo da proposta que foi apresentada pela direção da FUP era justamente o de aliviar financeiramente os aposentados, pensionistas e participantes que estão pagando e sofrendo os equacionamentos da Petros e os descontos abusivos da AMS. Com o alongamento desse prazo, esses assistidos teriam a sua renda mensal aumentada, uma vez que o valor da parcela paga mensalmente seria reduzida de forma considerável.
“Infelizmente, este mês de novembro será um caos para os aposentados e pensionistas, que terão o pior final de ano de toda a sua história. Nesse momento em que as famílias querem se confraternizar, após praticamente dois anos de pandemia, é muito triste termos que passar por essa situação. Uma tragédia anunciada, que tentamos evitar de todas as formas, mas que a gestão da Petros não teve qualquer sensibilidade ou empatia com os participantes e assistidos, que estão sendo atingidos por essa avalanche de descontos. É assim que age um governo genocida, sem qualquer preocupação social, tendo na Petrobras e na Petros, diretorias que agem da mesma forma”, lamenta o diretor da FUP.
[Da imprensa da FUP, com a Secretaria de Seguridade, Aposentados e Políticas Sociais | Imagem: Shutterstock]