Gestão bolsonarista acelera desmonte e vende três plataformas da Bacia de Campos

[Da imprensa do Sindipetro-NF]

A gestão bolsonarista da Petrobrás vendeu em um leilão online, na última sexta, 24, três plataformas da Bacia de Campos: P-07, P-12 e P-15, que haviam sido “descomissionadas” pela empresa. O plano de desmonte foi acentuado durante a pandemia do coronavírus e o governo nem mais disfarça a intenção de vender a companhia por completo, como demonstram falas cada vez mais à vontade do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Um site de leilões — que tem entre as suas ofertas carros e imóveis — entregou as plataformas a um comprador identificado como “Marboteni”, de acordo com a imprensa, por US$ 1,45 milhão: US$ 750 mil pela  P-15; US$ 370 mil pela P-07; e US$ 330 mil pela P-12. O montante equivale a apenas R$ 7,5 milhões, na cotação de hoje, um valor irrisório para os bens adquiridos — para que se tenha uma ideia, com este valor seria possível comprar não mais do que três apartamentos de alto padrão na zona sul do Rio de Janeiro, com menos de 100 metros quadrados.

Para o Sindipetro-NF, a FUP e demais sindicatos, a venda é um crime contra o povo brasileiro, assim como todo o conjunto de entregas do patrimônio do País que estão sendo realizadas. Como tem advertido partidos progressistas e movimentos sociais, todo este desmonte precisa ser interrompido e, no futuro, quem comprou estes ativos nestas condições ilegítimas correrá o risco de ter que devolver ao Brasil.

Como apontam inúmeros estudos, do Ineep e de centros de pesquisa universitários, a Petrobrás está caminhando no sentido oposto ao das grandes petroleiras do mundo, inclusive privadas, que buscam se fortalecer em todas as partes da cadeia produtiva, não desprezando nenhuma possibilidade de lucro.

As plataformas que estão sendo entregues a preço de banana pela Petrobrás na Bacia de Campos, mesmo com produções menores e em águas “rasas”, poderiam continuar em operação, sem prejuízo algum, e gerariam empregos, renda para a região e lucro para o País.

Antes de terem suas operações paradas para que fossem vendidas, as plataformas entregues na semana passada produziam cerca de 25 mil barris diários de óleo (15 mil na P-07; 7 mil na P-12; e 3 mil na P-15.

Mas o plano deste governo e desta gestão da companhia é entregar cada vez mais ativos, até sobrar apenas uma sala no Edise com uma placa escrito “Petrobras” na porta. Ou talvez nem isso.