A gerência da Refinaria de Paulínia (Replan) se nega a deixar a direção do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro Unificado-SP) entrar na empresa para inspecionar as condições de trabalho. Hoje (04.11), no quarto dia da greve nacional dos petroleiros, após muita insistência, os dirigentes foram recebidos pelo gerente geral da unidade. Ele, mais uma vez, não permitiu a entrada do Sindicato nas áreas de operação da refinaria e assumiu a responsabilidade pela integridade física dos trabalhadores e equipamentos.
O gerente aceitou conversar com apenas dois diretores do Sindicato. A reunião foi realizada com os dirigentes Arthur Bob Ragusa e Gustavo Marsaioli, que questionaram sobre o total de trabalhadores que operam hoje na refinaria. “Ele disse que as unidades estavam seguras”, afirmou o diretor.
Quando perguntado ao gerente se o número mínimo de trabalhadores para cada área está sendo cumprido, ele limitou-se a responder: “não vou dizer que o número mínimo está sendo cumprido e nem que não está”.
A resposta vaga foi um claro sinal de que as condições de trabalho na Replan não estão seguras. “O número mínimo é o parâmetro mais fundamental de operação segura das unidades. Quando o gerente geral diz que está tudo seguro, mas deixa dúbio o cumprimento do número mínimo, fica óbvio que, de fato, a condição não é segura”, destacou Bob.
“A refinaria está operando com um contingente menor do que o mínimo necessário para garantir a segurança dos trabalhadores, das instalações e da comunidade, que vive no entorno da empresa”, alertou Bob.
Já faz mais de 50 horas que a equipe de contingência assumiu a operação da refinaria e, até o momento, o sindicato não tem informações sobre o número de trabalhadores atuando em cada setor.
Acesso proibido
A proibição do acesso dos dirigentes à refinaria foi outro ponto abordado na reunião. “Perguntamos o motivo de estarmos proibidos de entrar na Replan e se havia algum fundamento normativo ou jurídico para tal medida. Ele disse, simplesmente, que não achava necessário nosso acesso”, contou Marsaioli.
O Sindicato se disponibilizou a cumprir qualquer exigência necessária para voltar a ter a entrada liberada. “Mesmo assim, ele disse não e acrescentou ainda que essa é sua resposta final e definitiva”, lamentou o dirigente.
Queda na produção
Os diretores do Unificado receberam hoje de manhã a informação de que houve uma diminuição na produção da Replan, ocasionada, principalmente, pela baixa no Coque. A unidade é responsável pelo processo de produção de óleo diesel, gasolina, glp e gás de cozinha a partir de resíduos da destilação do petróleo, e pela produção do coque, que é o carvão usado na alimentação de fornos de siderúrgicas.
Greve
A adesão dos trabalhadores do administrativo da Replan à greve dos petroleiros continuou em cerca de 80% no dia de hoje. Com relação aos trabalhadores dos turnos, a adesão é de 100%. A greve teve início na tarde de domingo (01.11) e acontece em todo o país, por tempo indeterminado.
Fonte: Sindipetro Unficado de São Paulo