FUP reitera prejuízos do PLS 555 em reunião com ministro do Planejamento

 

A FUP participou na tarde desta quarta-feira (18) de reunião com o ministro do Planejamento, Nélson Barbosa, e com o secretário de Relações de Trabalho do Ministério, José Lopes Feijó, onde diversas entidades sindicais que representam os trabalhadores do setor público e de empresas estatais se posicionaram duramente contra o Projeto de Lei 555/2015. A FUP foi representada pelo diretor Leonardo Urpia, que, junto com dirigentes da CUT, da Contraf, da FENAE, e dos sindicatos dos trabalhadores dos Correios, aeroportuários e urbanitarios, cobrou a interlocução do governo para que o projeto não seja votado em regime de urgência.

As entidades sindicais destacaram que o projeto é altamente questionável, a começar pelo vício de iniciativa, já que trata de questões que devem ser propostas pelo Executivo e não pelo legislativo. Além disso, altera a composição acionária das empresas públicas, acabando com sua função social e abrindo caminho para uma privatização em todo o setor, nas esferas federal, estadual e municipal.  

A FUP e as representações sindicais dos trabalhadores dos bancos públicos, Correios, Eletrobrás e outras estatais querem um amplo debate com a sociedade. Nas próximas semanas, as entidades sindicais terão novas reuniões com o Ministério do Planejamento e cobrarão audiências com o presidente do Senado, Renan Calheiros.

O PLS 555 é fruto de dois projetos de lei propostos este ano pelos senadores do PSDB, Tasso Jereissati (o PLS 167) e Aécio Neves (o PLS 343), que visam alterar os estatutos de empresas públicas e sociedades de economia mista para sociedade anônima (S.A.), obrigando o Estado a entregar ao mercado parte do capital acionário destas empresas. O PLS 555 também instituiu a “independência” dos Conselhos de Administração em relação ao poder Executivo, além de proibir a participação de conselheiros com filiação partidária e/ou sindical.

Sem destaque na mídia e tramitando quase na surdina, sem nenhum debate com os trabalhadores, o projeto representa uma grave ameaça às estatais brasileiras, pois coloca em risco o caráter público, a autonomia e o papel social dessas empresas.

Fonte: FUP