FUP questiona implantação do teletrabalho na Petrobrás

 

Em reunião com o RH da Petrobrás nesta terça (26/02) , onde a empresa apresentou seu projeto piloto de teletrabalho, a FUP pontuou uma série de questões que precisam ser levadas em consideração antes de qualquer ação da companhia nesse sentido. A Federação criticou o fato dos gestores já estarem implantando essa nova modalidade de trabalho, sem discussões ou negociações prévias com as entidades sindicais.

A Petrobrás informou que o projeto começou a ser implantado no ano passado primeiro no RH da sede, no Rio de Janeiro, e depois se expandiu para outras áreas da companhia. Hoje, já são 12 áreas do Edise que estão no teletrabalho.  Segundo a empresa, o projeto piloto também está sendo implantado na Transpetro e estudado em outras subsidiárias, como a PBio, podendo ser estendido também para unidades operacionais.

A FUP questionou se há termo de adesão para os trabalhadores com regras estabelecidas, como controle de jornada de trabalho, carga horária de trabalho, definição de escala, garantia de benefícios (auxílio creche, por exemplo), garantia de desimplantação e retorno ao trabalho regular, jornada sem trabalho nos finais de semana e feriados, descanso remunerado garantido, entre outras questões.

Os representantes da Petrobrás esclareceram que há uma cartilha e um termo de adesão que estabelecem as características do teletrabalho, informando que a escala é flexível, de no máximo três dias na semana, mas deve ser negociada na equipe com o gestor e que  não há redução de nenhum benefício ou direito.

A FUP ressaltou que no modelo de teletrabalho que está sendo apresentado pela Petrobrás, a negociação com o empregado é individualizada e exclui o sindicato, o que fragiliza o trabalhador.  Outra preocupação levantada pelos dirigentes sindicais é de que o teletrabalho se torne mais um instrumento de assédio usado pelas gerências para chantagear os trabalhadores, pois o que hoje é opcional pode ser obrigatório a qualquer instante.

Os representantes sindicais também destacaram a necessidade de se discutir as condições de SMS nos chamados homeoffice, como tipificação de acidente de trabalho e outras questões relacionadas à segurança, que precisam ser garantidas pelo empregador.

[FUP]