FUP participará de audiência no Senado sobre vazamento da Chevron

A FUP é uma das entidades que será ouvida pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal (CAE) .





Imprensa da FUP

A FUP é uma das entidades que será ouvida pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal (CAE)  em audiência pública que discutirá se o Brasil está preparado para evitar e conter vazamentos de petróleo e seus impactos ambientais e econômicos.  A audiência foi proposta pela senadora Ana Amélia (PP/RS) e aprovada pela CAE no último dia 29/11. O debate ainda não tem data agendada e será mais um importante fórum de denúncias e cobrança de providências em relação à insegurança na indústria de petróleo, principalmente no que diz respeito às empresas privadas, cujas atividades e condições de trabalho estão às margens dos órgãos fiscalizadores.

Em reuniões com a ANP, Ministério das Minas e Energia, Procuradoria Geral do Trabalho e outros órgãos públicos, a FUP tem denunciado a falta de segurança e de fiscalização das condições de trabalho nas plataformas offshore. Operadoras privadas, como a Shell, BP, OGX e tantas outras que foram beneficiadas pelos leilões de campos petrolíferos terceirizam praticamente todas as suas atividades operacionais, como também faz a Chevron, cuja plataforma onde ocorreu o vazamento na Bacia de Campos é operada pela Transocean, a mesma empresa responsável pelo maior vazamento de petróleo do planeta, ocorrido ano passado no Golfo do México.

Tudo leva a crer que, assim como no Golfo do México,  o acidente ocorrido no Brasil foi causado pela ganância das petrolíferas privadas que só pensam em gastar o mínimo possível para lucrarem o máximo. Ainda que para isso, exponham trabalhadores e meio ambiente a riscos monumentais.  Sem ter mais como minimizar o vazamento da Chevron/Transocean, a velha mídia começa a buscar explicações para o fato, tentando obviamente, responsabilizar o governo e a Petrobrás pelo óleo derramado pelas multinacionais. Fatos relevantes como o de que a Chevron/Transocean tentava atingir a camada pré-sal sem autorização do governo, o trabalho irregular de estrangeiros nas plataformas, a falta de controle sobre as atividades nos campos que não são operados pela Petrobrás não são devidamente repercutidos. 

A FUP e o Sindipetro-NF estão levantando informações junto aos trabalhadores sobre as condições de operação da Chevron na Bacia de Campos. O acidente ambiental causado pela multinacional reforça o que a FUP e os movimentos sociais têm denunciado há tempos: o pré-sal e todos os campos de petróleo e gás do Brasil devem ser operados pela Petrobrás, com controle público. Somente o Estado pode evitar a exploração predatória do petróleo, um recurso natural que pertence ao povo brasileiro e uma riqueza estratégica para a soberania nacional. É por isso que a FUP e seus sindicatos defendem a retomada do monopólio estatal do petróleo, através do projeto de lei 531/2009, em tramitação no Senado Federal.