Com informações do MAB
Como continuação das manifestações desta terça-feira, 13, no primeiro dia da jornada nacional de lutas dos atingidos por barragens, os movimentos que compõem a Plataforma Operária e Camponesa da Energia farão o lançamento da campanha “Todos pela Energia”. Com a campanha, o MAB, o MST, a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a CUT e a Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), entre outros, defendem a renovação das concessões do setor elétrico e se colocam contra a privatização da energia. O lançamento foi ontem, às 18 horas, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Em Brasília, houve um ato político pela manhã de hoje, na Câmara dos Deputados. Na atividade, as entidades manifestaram publicamente sua posição contrária à privatização do setor elétrico nacional e em defesa da renovação das concessões de energia.
“Se não renovarem das concessões, há um sério risco de que grande parte da energia produzida no país passe a ser controlada pelas grandes empresas privadas, nacionais ou multinacionais”, afirma Joceli Andrioli, da Coordenação Nacional do MAB.
A atividade ocorreu das 9h às 12h, no auditório Nereu Ramos, localizado no anexo II da Câmara dos Deputados em Brasília. Na mesma ocasião, um conjunto de deputados lançará publicamente uma Frente Parlamentar em Defesa dos Atingidos por Barragens. Para a Coordenação Nacional do MAB, esta iniciativa é muito importante no momento em que se encontram grandes dificuldades em viabilizar a pauta de reivindicações dos atingidos por barragens em todo o país.
Disputa estratégica
A disputa que se trava neste tema das concessões da energia é da ordem de R$ 30 bilhões por ano na geração, transmissão e distribuição da energia elétrica no país, que, se privatizadas, colocam em risco todo o planejamento estratégico das empresas estatais que hoje são detentoras das concessões.
“Por se tratar de um tema estratégico para o desenvolvimento do país e um caso de soberania nacional sobre os recursos energéticos, os movimentos e entidades irão solicitar o apoio do conjunto dos deputados e senadores”, diz Joceli.
Além disso, o MAB vai apresentar sua pauta de reivindicações e pedir apoio para a criação de uma política de direitos para os atingidos por barragens no Brasil. “Não há, até hoje, uma política unificada de tratamento dos atingidos, ficando a cargo de cada construtora de barragem decidir como lidar com a questão”, afirma o coordenador do MAB. “Nesse cenário, a violação de direitos humanos tem sido a regra”, conclui.
O Movimento cobra a criação de um órgão estatal para implementar essa política e de um fundo de recursos para viabilizá-la.
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