O segundo depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sérgio Moro será acompanhado de um ato político, em Curitiba, nesta quarta-feira, 13. Dirigentes da FUP e de seus sindicatos, que se encontram na capital paranaense para o seminário que debate estratégias de enfrentamento ao desmonte dos efetivos do Sistema Petrobrás, participarão da manifestação, que foi convocada pela Frente Brasil Popular.
O ato terá início às 15 horas, na Praça Generoso Marques e deve contar com a participação de Lula, ao final do depoimento que ao juiz da Lava Jato, onde se defenderá da acusação de supostamente ter recebido propina da construtora Odebrecht. O primeiro depoimento dele a Sérgio Moro ocorreu em maio, no âmbito da ação penal em que era acusado de receber um apartamento triplex da OAS. Na ocasião, cerca de 50 mil pessoas compareceram à Curitiba.
Acesse “Os 7 erros da sentença de Moro”, documento protocolado pelos advogados de Lula no Tribunal Regional Federal do Paraná.
Tribunal julgará a Lava Jato
Enquanto Lula depõe no prédio da Justiça Federal, serão realizadas atividades culturais e uma aula pública sobre a operação Lava Jato. O jurista responsável pela aula será o ex-ministro da Justiça, Eugênio Aragão, que participou recentemente do chamado “Tribunal Popular da Lava Jato” em Curitiba. A atividade terá a presença do sociólogo Emir Sader e do senador Roberto Requião (PMDB-PR), entre outras lideranças políticas.
Aragão é crítico à forma como a operação tem sido conduzida, com base em exposição midiática, prisões preventivas e ataques ao amplo direito de defesa.
Os movimentos sociais articulados na Frente Brasil Popular concordam com esse ponto de vista crítico. Para Gustavo Erwin Kuss, a Jornada de Lutas pela Democracia é o momento para um balanço aprofundado das consequências da Lava Jato.
“A Lava Jato rasgou direitos e garantias individuais, além de destruir setores estratégicos para a economia. Foi parte do golpe [de Estado que retirou Dilma Rousseff da presidência] e é preciso que o povo saiba disso. A Jornada de Lutas é um bom momento pra falar disso com a população de Curitiba”, analisa.
Também na tarde desta quarta-feira, será lançado o livro “Comentários a uma sentença anunciada: o processo Lula”, pela editora Práxis e Instituto Declatra. O livro reúne artigos de juristas brasileiros que criticam as bases da sentença do juiz Sérgio Moro no “caso triplex”. Segundo eles, o ex-presidente foi condenado em primeira instância sem as devidas provas.
Crise econômica e alternativas
Além do aspecto cultural e da reflexão sobre o Judiciário, a segunda “Jornada de Lutas pela Democracia” conta com a participação de João Pedro Stédile, do MST e da Frente Brasil Popular, para falar do chamado “Plano Popular de Emergência”.
Na avaliação de Daiane Machado, integrante da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o plano é a possibilidade de cada setor da população discutir suas pautas de forma mais ampla. “A produção e distribuição de energia elétrica se transformou em lucratividade para o capital internacional. Discutir um plano popular para o país é discutir também um projeto energético popular e assim garantir a soberania nacional”, afirma.
O plano construído pelos movimentos sociais e inclui medidas para combater o atual desemprego e falta de investimentos no país.
Com informações do Brasil de Fato e da Rede Brasil Atual