Em meio ao arsenal de ataques da mídia e da direita que de tudo fazem para desmoralizar a Petrobrás, a presidenta da empresa “comemora” a redução de custo de R$ 13 bilhões conquistados com o PIDV, tratando como um fardo os trabalhadores que tanto contribuíram para o crescimento da estatal. De forma autoritária e à revelia dos sindicatos, a Petrobrás implementou o programa, desprezando as principais propostas da FUP para resolver a situação dos petroleiros aposentados que continuam na ativa. Desde o início do ano, quando o PIDV foi apresentado, a Federação criticou as discriminações geradas pelo programa e condenou a redução de efetivos, deixando claro que todos os postos de trabalho deveriam ser integralmente repostos.
Em teleconferência com analistas e investidores no último dia 12, a presidenta da Petrobrás informou que tem “como premissa de reposição 60% dos desligamentos e a prioridade é de áreas operacionais". A FUP está cobrando uma reunião urgente com a empresa para tornar a exigir recomposição de 100% das vagas dos 8.298 trabalhadores que aderiram ao PIDV, o que reduziu em 12,4% os efetivosda empresa, impactando a categoria, que já sofre com dobras, acúmulo de funções e riscos constantes de acidentes.
Crise fortalece gestão neoliberal
O PIDV soma-se aos demais programas de reestruturação implementados recentemente pelos gestores da Petrobrás, com foco na redução de custos e aumento da produtividade, cujas consequências os trabalhadores estão sentindo na pele. Pelo que tudo indica, a ala neoliberal da empresa não só contribui para os ataques da direita, como também se fortalece e ganha cada vez mais espaço na gestão. Um giro rápido pelas estruturas de poder da Petrobrás evidencia o quanto os tucanos e demais colaboradores da direita estão entranhados na gestão da estatal, influenciando e determinando a retomada de políticas neoliberais, como o PIDV, o Mobiliza, o Procop, o Proef. Somam-se a isso as práticas antissindicais, a falta de vontade política de avançar em questões estruturais para os petroleiros, como saúde e segurança e primeirização dos postos permanentes de trabalho.
Tão lamentável quanto o avanço da direita na empresa, é a aliança dos divisionistas com esses gestores neoliberais. Vide a composição política deles no Conselho Fiscal da Petros – unindo-se aos conselheiros tucanos indicados pela Petrobrás – e o apoio do presidente da AEPET ao PIDV, como deixou claro durante os debates da eleição para o CA, onde declarou que a Petrobrás “precisa se oxigenar e não pode ficar com velhos arrastando chinelos pela empresa”.
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Fonte: FUP