FUP e Sindipetro Caxias defendem manutenção do cancelamento da certificação do Spie da Reduc

Em reunião segunda-feira, 26, no IBP, a FUP e o Sindipetro Duque de Caxias defenderam a manutenção do cancelamento da certificação do Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos (Spie) da Reduc, em vigor desde o dia 28 de junho.  Esta foi a quarta tentativa da Petrobrás de reverter o cancelamento através de recurso, que será analisado pela Comissão de Certificação (Comcer), nesta quarta-feira, 28.

As entidades sindicais foram ouvidas pela Gerência de Certificação do IBP, que mediou a reunião com a as Gerências Geral e de Inspeção de Equipamentos da Reduc. Os petroleiros tornaram a denunciar a negligência dos gerentes com a segurança das instalações e, consequentemente, com a vida dos trabalhadores. A terceirização dos serviços de fiscalização é um dos absurdos cometidos pela Petrobrás, o que tem resultado em relatórios de inspeção fraudulentos.   

A FUP e o Sindipetro alertaram o IBP que o modus operandi da Reduc compromete todas as certificações de Spie no Sistema Petrobrás, já que os gerentes tinham carta branca para maquiar o processo e induzir as auditorias a erros. O resultado destas fraudes são um acidente atrás do outro, como mostram os fatos recentes ocorridos na Reduc, onde o teto de concreto de um dos tanques da U-3300 (URE) desabou,  a U-1210 pegou fogo e os fornos da U-1530 estão completamente comprometidos, podendo, inclusive, levar à interdição da refinaria.

Diante dos fatos relatados pelos trabalhadores, a Gerência do IBP reafirmou que a certificação do Spie da Reduc está cancelada e que a reunião da Comcer deverá apontar encaminhamentos para que volte a valer na refinaria as regras estabelecidas pela NR-13.

Morte de Cabral não será em vão

Em reunião com a Comcer no dia 20 de junho, em Brasília, a FUP e o Sindipetro Caxias já haviam denunciado as irregularidades cometidas pelos gestores da Petrobrás nos processos de certificações, o que tem potencializado a insegurança operacional das unidades, colocando em risco a vida dos trabalhadores. O descaso com a manutenção dos equipamentos, a redução de efetivos e o descumprimento rotineiro de acordos e legislações foram alguns dos fatos relatados pelos petroleiros.

Desde 2013, a inspeção de equipamentos havia recomendado à gerência da refinaria a troca do teto do tanque da Reduc que causou a morte do técnico de operação Luis Augusto Cabral, no dia 31 de janeiro deste ano. Já naquela época, o teto do reservatório estava comprometido pela corrosão, com apenas 1,9 milímetro de espessura. Em 2014, o Ministério do Trabalho confirmou as condições precárias de manutenção dos tanques da Reduc e chegou a interditar alguns deles, devido à corrosão acentuada nas escadas de acesso e nos tetos.

Os acidentes continuarão incapacitando e matando os petroleiros, enquanto os gestores da Petrobrás não forem responsabilizados pelos riscos a que submetem os trabalhadores, como é o caso da negligência com a segurança das instalações e manutenção de equipamentos nas unidades operacionais.

A resposta da categoria será a “Operação Para Pedro”, que está sendo amplamente aprovada nas assembleias em todas as bases da FUP.

Fonte: FUP