Convocado pelas centrais sindicais e movimentos sociais, o Dia Nacional de Luta desta quinta-feira, 04, em defesa das estatais, do serviço público e contra a reforma administrativa, terá ações solidárias por todo o país, com venda subsidiada de combustíveis. As mobilizações são puxadas pela FUP e por seus sindicatos, que desde novembro de 2019 realizam esta forma de protesto, mostrando para a população que é possível o país ter gasolina, diesel e gás de cozinha comercializados a preços justos. Os petroleiros vêm fazedo esse diálogo com a sociedade desde que a gestão da Petrobrás alterou em 2016, no governo Temer, a política de preços dos derivados de petróleo, passando a reajustar os produtos nas refinarias, com base no Preço de Paridade de Importação (PPI)
[Com informações da CUT]
Na quinta-feira (4), a CUT, confederações e sindicatos filiados farão uma ação solidária em várias cidades do país para demonstrar, na prática, como os preços dos combustíveis poderiam ser mais baratos não fosse a política da Petrobras de acompanhar os preços de importação. Além de cobrar o preço internacional é acrescido o custo do transporte e seguro até vir para o Brasil. Em parceria com movimentos sociais e associações de moradores, serão distribuídos cupons de desconto para a aquisição de botijões de gás com preço inferior ao praticado no mercado – que em muitos locais do país chega a R$ 120,00.
A campanha tem como foco conscientizar a população sobre os impactos sociais da política de preços das Petrobras que tem penalizado os trabalhadores brasileiros. Nesta terça-feira (2), a estatal anunciou mais um aumento de cerca de 5% nos preços. É o terceiro do ano para o gás de cozinha, quarto do ano para o diesel e quinto aumento da gasolina em 2021.
Mais do que denunciar o alto custo dos combustíveis, como o gás de cozinha, a gasolina e o diesel, sindicalistas vão explicar que é possível vender mais barato e, do próprio bolso, vão subsidiar esses produtos para a população, vendendo pelo o que deveria ser o preço justo. A ação já foi realizada com sucesso em outras ocasiões quando a Federação Única dos Petroleiros (FUP) subsidiou descontos aos consumidores, para a compra de gasolina e diesel.
“O Brasil tem petróleo suficiente para o consumo interno e até sobra pra exportar e temos refinarias da Petrobras pra refinar esse petróleo. O custo da empresa é em real. Por que cobrar em dólar da população?”, questiona o secretário de Comunicação da CUT, Roni Barbosa, que também é trabalhador petroleiro.
De acordo com o dirigente, o brasileiro não tem que pagar no combustível o mesmo preço de países que não têm uma gota de petróleo e nem refinarias. “Essa política de preços tem que mudar. O combustível tem que baixar ou o Brasil vai parar! Preço justo nos combustíveis é urgente e necessário!”, diz Roni Barbosa.
Quem mais sofre com os aumentos é a população mais pobre. “Trabalhadores assalariados, nas periferias, desempregados, aqueles que contavam com auxílio emergencial para sobreviver durante a pandemia, são as principais vítimas dessa política. Não têm como comprar um botijão de gás para poder cozinhar o pouco que conseguem comprar de alimentos, que também estão cada vez mais caros”, diz o secretário de Relações do Trabalho da CUT, Ari Aloraldo do Nascimento.
Ele explica que a ação solidária da CUT e da FUP vai provar à toda sociedade que é possível praticar preços mais acessíveis à população. “Será um dia de diálogo com os trabalhadores para retratar o que está acontecendo em nosso país, sobre o que pode mudar e sobre a importância de todos estarem mobilizados contra esse governo que não tem nenhuma preocupação com os trabalhadores mais pobres”, diz Ari.
Em defesa das estatais e do serviço público
A ação faz parte do Dia Nacional de Mobilização, organizado pela CUT e demais centrais sindicais contra a política do governo Bolsonaro de redução do papel do Estado. As pautas incluem a defesa das empresas estatais que são estratégicas para o desenvolvimento do país, com geração de emprego e renda; defesa do serviço público que vem sendo sucateado desde o governo de Michel Temer (MDB-SP) e que agora sofre mais ataques com a proposta de reforma Administrativa; e luta pelo auxílio emergencial para garantir condições de sobrevivência àqueles que perderam sua renda durante a pandemia.
Num esforço de levar o diálogo à população, em especial nesses tempos de pandemia em que todos os cuidados com a contaminação devem ser rigorosamente seguidos, as entidades representativas do setor público e privado, ligadas à CUT, também se somarão, apoiando as ações, respeitando protocolos de segurança como distanciamento social e uso de máscaras. Bancários já têm ações programadas em vários locais, nas proximidades de postos BR, para além de conscientizar sobre os preços dos combustíveis, mostrar a importância e o papel social de bancos públicos como a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco do Brasil (BB) para o desenvolvimento do país.
No último dia 25 de fevereiro, a CUT lançou uma campanha de mídia contra as privatizações, com peças que estão sendo veiculadas em rádios, TVs, sites, redes sociais e em grupos de WhatsApp.
A ação desta quinta-feira, 04/03, volta a unificar ramos do setor público e privado em um conjunto de ações para conscientizar a população contra os prejuízos que as privatizações representam, ampliando a mobilização e o diálogo com a classe trabalhadora.
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