FUP reforça que transição energética justa tem que levar em conta direitos trabalhistas

Em evento organizado pelo DIEESE, lideranças sindicais, pesquisadores da Universidade de Cornell (EUA) e representantes do Comitê de Empregos Climáticos 2050 debateram os impactos da transição energética nas relações de trabalho

[Da assessoria de comunicação da FUP| Fotos: Sinergia/CUT]

“É essencial que a transição energética leve em consideração os direitos dos trabalhadores, principalmente aqueles que atuam na geração de energia. A mudança no modelo energético é fundamental, mas não pode comprometer os empregos e o sustento de milhares de famílias que dependem do setor”. A afirmação é da diretora da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Cibele Vieira, durante participação em evento internacional sobre transição energética nesta terça-feira, 25, em Campinas (SP).

O encontro, que marca um passo importante na construção de um movimento sindical global e no debate sobre como a transição energética pode ser conduzida de maneira justa e sustentável para todos, foi proporcionado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), debateu sobre transição energética e os impactos dessa mudança nas relações de trabalho, e contou com lideranças sindicais e pesquisadores da Universidade de Cornell (EUA), que fazem parte do Comitê de Empregos Climáticos 2050.

A FUP, que há anos defende a exploração de petróleo com responsabilidade ambiental, tem se posicionado de forma constante sobre a necessidade de uma transição energética justa, desde a descoberta do pré-sal. A principal preocupação da federação é com os trabalhadores do setor energético, para quem a transição não pode ser realizada sem garantir a manutenção e a criação de bons empregos.

“A transição energética precisa ser justa, equilibrando o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental e a geração de empregos dignos. Estamos trabalhando para garantir que as futuras gerações de trabalhadores do setor energético sejam bem preparadas e protegidas”, concluiu Vieira.

Cloviomar Cararine, economista do Dieese/subseção FUP, destacou a importância de ouvir a experiência dos sindicalistas dos EUA. “Ouvindo os dois lados, há fatores em comum, como a preocupação com a defesa do meio ambiente e a necessidade de fazermos a transição energética, para reduzir as emissões de gases de efeito estufa; a garantia de empregos de qualidade; e, ainda, a possibilidade de convivermos com várias fontes de energia, inclusive o petróleo”.

Com o objetivo de garantir a segurança e os direitos dos trabalhadores da Petrobrás, a FUP avançou nas negociações, resultando em uma cláusula de garantia de empregos e programas de capacitação em sustentabilidade e transição energética justa. Tais medidas buscam assegurar que os trabalhadores possam se adaptar às novas demandas do setor, sem perder seus direitos.

O evento contou com a presença de 18 membros do Climate Jobs 2050 Committee, incluindo representantes de sindicatos e acadêmicos dos Estados Unidos. Realizado no Sinergia Campinas, o encontro foi aberto a lideranças sindicais de diversos setores, como petróleo e gás, metalúrgicos, eletricitários e construção civil. O principal objetivo do evento foi fortalecer o movimento sindical no Brasil, promovendo uma agenda comum para a transição energética, com foco na geração de empregos e na proteção dos direitos dos trabalhadores.