Um dos principais debates foi sobre a proposta de mudança da Lei que regulamenta o setor de energia no Uruguai…
Imprensa da FUP
A FUP participou entre os dias 18 e 20 de maio do Congresso Nacional dos Trabalhadores da UTE, estatal elétrica uruguaia. O evento, realizado na cidade de Minas Lavalleja, a 140 quilômetros de Montevidéu, contou com a presença de outras delegações internacionais, como trabalhadores do setor de energia do Chile, Paraguai e Argentina. Uma das principais temáticas do Congresso foi a proposta de mudança da Lei que regulamenta o setor de energia no Uruguai. A nova lei em discussão tem por viés a soberania nacional e é um dos compromissos assumidos pela Frente Ampla que apóia politicamente o presidente Jose Mujica, “El Pepe”.
Os diretores da FUP, Anselmo Ruoso e José Genivaldo Silva, junto com as demais delegações internacionais, relataram a situação do setor de energia em seus países. Os petroleiros brasileiros destacaram o projeto de lei construído pela FUP em conjunto com os movimentos sociais para garantir o controle estatal e social do petróleo e gás do país. A iniciativa dos brasileiros foi muito elogiada e recebeu a solidariedade de todos os delegados presentes. Durante a plenária final, os trabalhadores uruguaios aprovaram uma moção de apoio ao projeto de lei dos movimentos sociais para que petróleo brasileiro seja 100% estatal e do povo. Baixe aqui a moção.
Fórum latino americano dos trabalhadores do ramo de energia
Os diretores da FUP, Anselmo Ruoso e José Genivaldo Silva, representaram os petroleiros brasileiros nos debates e deliberações sobre soberania energética no continente latino americano. As discussões foram realizadas paralelamente ao Congresso dos trabalhadores da UTE. Junto com os companheiros do Chile, Argentina e Paraguai, os diretores da FUP colocaram em pauta a articulação de uma organização latino americana dos trabalhadores do ramo de energia. Essa organização funcionaria como uma coordenação regional, integrada ao Fórum Energético já existente no continente. O objetivo é articular ações sindicais específicas, a partir das realidades locais.
“Esta coordenação regional será fundamental para consolidar a formação de quadros para intercâmbio de experiências. Também serão tratados programas e projetos com ênfase na integração da formação internacional, com as respectivas bases, para sensibilizar os trabalhadores sobre a importância do espírito internacionalista”, declarou Anselmo Ruoso, diretor da Secretaria da FUP de Relações Internacionais e Setor Privado.
Um dos encaminhamentos do encontro foi a articulação para realização ainda este ano no Brasil de uma reunião com representantes do Chile, Bolívia, Argentina, Paraguai e Uruguai para formalizar essa Coordenação Regional. “A proposta é que esta reunião seja realizada na segunda quinzena de junho”, informou José Genivaldo Silva, diretor da Secretaria de Administração e Finanças da FUP.
Marcha do Silêncio
A FUP, junto com as delegações internacionais, participaram em Montevidéu da “Marcha do Silencio”. Essa marcha já ocorre há 15 anos no Uruguai, em protesto para exigir a punição dos criminosos torturadores do período do regime militar. Organizada pelas famílias dos desaparecidos durante a ditadura, a marcha tem como lema: “Sin la verdad y sin la justicia no hay reconciliación”. Esse ano, a marcha contou com a presença de mais de 50 mil pessoas e também com a participação do presidente Jose Mujica. O tema dos direitos humanos é uma das pautas da central sindical uruguaia (PIT-CNT), única central do país, que luta pelo resgate da história dos trabalhadores desaparecidos e perseguidos no regime militar, bem como para levar a julgamento os militares torturadores e assassinos.