Em seu primeiro comunicado aos trabalhadores, o novo diretor de Assuntos Corporativos da Petrobrás, Eberaldo de Almeida Neto, já deixou claro a que veio. Ao defender efusivamente a “recompensa do mérito” como “atribuição central” da política de Recursos Humanos da empresa, ele ataca diretamente o espírito coletivo e solidário da categoria petroleira, pregando o individualismo e sinalizando com a retomada da velha prática de cooptação das gestões neoliberais dos anos 90.
Em sua carta aos trabalhadores, Eberaldo destaca sua intenção de trazer de volta o bônus por desempenho, implementado na Petrobrás no governo FHC para beneficiar os amigos do rei e tentar dividir a categoria. Batizada pela categoria de “subornus”, essa ferramenta de gestão nada tinha a ver com mérito, como defende o novo diretor corporativo.
A meritocracia já está no cerne da concessão de nível a cada 12 meses, como garante o plano de cargos e salários, que ele também sinaliza mexer, colocando novamente sob ameaça a mobilidade por antiguidade, uma das conquistas da categoria que os gestores tentaram acabar na campanha reivindicatória.
Em momento algum, Eberaldo cogita discutir sua carta de intenções com as representações dos trabalhadores, um inadmissível desrespeito às entidades sindicais. E, como se não bastasse, ainda teve o desplante de afirmar que uma das mais importantes missões da diretoria da Petrobrás é zelar pela vida. “Qualquer atividade econômica perde sua razão de ser se a coloca sob ameaça”, destacou em sua carta.
Se os gestores realmente pensassem desta forma, não descumpririam o Acordo Coletivo, nem atropelariam as normas regulamentares e muito menos reduziriam os efetivos operacionais, à revelia de todos os preceitos de segurança.
FUP