FUP cria Coletivo de Saúde e Segurança

 

No último dia 16, a FUP e seus sindicatos realizaram um encontro de militantes da área de Saúde, Meio Ambiente e Segurança (SMS), que resultou na criação  do Coletivo Nacional de Saúde e Segurança.

Foram discutidas questões como a reavaliação de prioridades e estratégias que ajudem a por em prática os pleitos dos trabalhadores nestas questões; a ampliação de parcerias com as demais entidades sindicais que também estão em busca de ações efetivas de saúde e segurança dos trabalhadores; a qualificação de espaços formais e informais em defesa da saúde do trabalhador, como a organização nos locais de trabalho, fóruns de trabalhadores, CIPAS, comissões locais de SMS, Comissão Nacional de Benzeno, entre outras.

Os petroleiros também debateram os efeitos da política de redução de efetivos no Sistema Petrobrás e a sua relação direta com os acidentes e doenças ocupacionais.

SMS da Petrobrás na contramão da vida

Após a FUP e seus sindicatos denunciarem uma série de acidentes e mortes nas unidades da Petrobrás e subsidiárias nos últimos meses, a insegurança volta a assustar a categoria. Em um intervalo de apenas dez dias, quatro trabalhadores morreram nas últimas semanas. Desde janeiro, os acidentes de trabalho já consumiram a vida de dez companheiros, provando, mais uma vez, que o atual modelo de SMS da empresa não funciona.

Há anos, a FUP e seus sindicatos lutam por mudanças estruturais na política de segurança da Petrobrás. Várias propostas foram apresentadas às gerências executivas e à própria diretoria da empresa. Além de resistirem a mudanças no SMS, os gestores implementaram programas de reestruturação de efetivos que aumentaram ainda mais os riscos de acidentes nas unidades. O resultado é que estamos à beira de um grande acidente no Sistema Petrobrás, como apontam as ocorrências abaixo.

22/09/2014 – o Sindipetro-RS foi informado que na U-01 da Refap, o compressor de gases de topo da T101, C101B, que estava parado a mais de quatro meses aguardando manutenção, foi colocado em operação e funciona de forma precária. Um dos cabeçotes do compressor tem uma gambiarra na junta da tampa, por onde ocorre vazamento de produto contaminado com benzeno.

19/09/2014– o técnico de operação Jorge Antônio Tomaz, da plataforma PCH-2, na Bacia de Campos, morreu após passar mal duas vezes e ser atendido remotamente por um médico de terra, através de videoconferência. O petroleiro começou a se sentir mal no dia 18, quando teve o primeiro atendimento médico por videoconferência e foi liberado. No dia seguinte, voltou a passar mal e desmaiou no banheiro da plataforma. Novamente, o operador foi atendido por videoconferência, onde o médico indicou o seu desembarque, mas ao chegar ao aeroporto de Macaé, sofreu um infarto e faleceu.

19/09/2014– durante um teste de carga da baleeira da plataforma P-35, na Bacia de Campos, os freios não atuaram e ela acabou caindo no mar. Segundo informação, a baleeira sofreu manutenção  no dia 30 de agosto, passou apenas por um teste de navegabilidade e foi liberada para utilização. Por sorte, não havia ninguém dentro da mesma e nenhum trabalhador foi ferido.

18/09/2014– o operador de sondas, Sidnei Vieira Messias, da empresa Tuscany, morreu em acidente no campo de produção de Linhares (ES), durante manobra de descida de uma coluna de perfuração. Ele foi atingido por um estabilizador de aproximadamente uma tonelada e sofreu fratura nas costelas que perfuraram o seu pulmão.

14/09/2014– trabalhadores dos grupos 1 e 4  da U-13 da  Rlam (Bahia) se recusaram a dar partida no maior compressor da unidade (o J-1301), que estava sem o dispositivo auxiliar de desarme. Fiscais do trabalho vistoriaram o compresso e determinaram que a máquina só volte a operar após a Petrobrás cumprir todas as normas de segurança determinadas.

11/09/2014– explosão na Revap (São José dos Campos) fere seis trabalhadores, dois próprios e quatro terceirizados. A suspeita é de que houve vazamento de GLP no parque das  esferas, durante uma troca de válvula.

11/09/2014– uma técnica química da empresa Saybolt, que presta serviços no Terminal de Paranaguá (PR), sofreu queimaduras, quando manipulava nafta e solvente de nafta.

10/09/2014– o mecânico José Ricardo da Luz, da empresa Disman, que prestava serviço para a Alstom na Termelétrica Governador Leonel Brizola, em Duque de Caxias, morreu após passar mal durante uma parada de manutenção da turbina TG-31.

09/09/2014– o motorista da Translíquido, Marcelo de Almeida, morreu em um acidente na BR 277 (PR), quando transportava óleo combustível da Repar para o Terminal de Paranaguá. O Sindipetro-PR/SC já vinha alertando à Transpetro sobre os riscos da sobrecarga excessiva de trabalho para cumprimento de metas de produção no terminais, o que afeta também os serviços de descarregamento de combustíveis.

Fonte: FUP