FUP cobra do ministro Lobão suspensão dos leilões de petróleo

Os petroleiros reiteraram que os movimentos sociais continuarão na luta para barrar a entrega do petróleo brasileiro…





Imprensa da FUP

Dirigentes da Federação Única dos Petroleiros (FUP) estiveram reunidos nesta terça-feira, 15, com o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, para reiterar a posição da entidade e dos movimentos sociais contra a manutenção dos leilões de concessão do petróleo e gás brasileiros. Na reunião, o coordenador da FUP, João Antônio de Moraes, ressaltou as propostas dos trabalhadores no projeto de lei em tramitação no Senado Federal (PLS 531/2009), onde defendem o controle integral do Estado sobre todas as reservas de petróleo e gás do país, através da retomada do monopólio estatal exercido por uma Petrobrás 100% pública.

A  Agência Nacional de Petróleo (ANP) já colocou em consulta pública o novo modelo de contratos de concessão para ser utilizado a partir da 11ª rodada de licitações, onde serão ofertadas áreas petrolíferas localizadas no mar. O último leilão de blocos no mar ocorreu em 2007, durante a 9ª rodada realizada pela ANP, onde a OGX, do empresário Eike Batista, arrematou valiosas áreas de produção de petróleo na franja do pré-sal, com a ajuda de ex-executivos contratados da Petrobrás.

A FUP reafirmou que essas licitações colocam em risco a soberania nacional e cobrou do ministro Lobão a suspensão dos leilões, reiterando que os movimentos sociais continuarão na luta para barrar a entrega do petróleo brasileiro.

Terceirização

A Federação também cobrou do ministro das Minas e Energia uma fiscalização efetiva das atividades de petróleo, principalmente, no que diz respeito às condições de segurança. A FUP cobrou uma política do governo para frear a terceirização dos postos permanentes de trabalho no setor petróleo, citando como exemplo o elevadíssimo número de prestadores de serviço na Petrobrás, onde há cerca de 300 mil trabalhadores terceirizados para um efetivo próprio em torno de 80 mil petroleiros. Outro exemplo citado foi o da Shell, segunda maior operadora de petróleo do país, que opera todas as suas plataformas no Brasil com trabalhadores terceirizados.

A FUP também fez questão de ressaltar que no dia 15 de março (data da reunião com o ministro) os petroleiros relembravam os dez anos do acidente com a plataforma P-36, na Bacia de Campos, onde 11 petroleiros morreram. Os sindicalistas ressaltaram que a terceirização está diretamente ligada à precarização das condições de trabalho e segurança, questões que precisam urgentemente serem revistas na indústria de petróleo.