Depois de ser lançada em diversas capitais do país, chegou a vez da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional ser discutida no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (2). A ideia é apresentar a proposta do grupo, formado por políticos de diferentes partidos e integrantes da sociedade civil, que se coloca contra a maneira como tem sido feita gestão dos recursos naturais, as privatizações e a forma de lidar com a política externa do governo de Michel Temer (PMDB).
O lançamento da frente antecede ao ato em defesa das empresas públicas marcado para esta terça-feira (3), em vários lugares, com destaque para o centro do Rio de Janeiro, com manifestação que terá deslocamentos pela sede da Eletrobras, do BNDES e vai até a da Petrobras, no dia em que a estatal completa 64 anos de criação pelo governo de Getúlio Vargas.
De acordo com Pedro Celestino, presidente do Clube de Engenharia e membro da frente, seu lançamento é essencial para mostrar para a sociedade brasileira que a luta em defesa da soberania não é partidária, mas sim uma luta de todos os brasileiros. “O projeto de construção de um Brasil para os brasileiros hoje está ameaçado por conta de uma proposta de governo que é absolutamente descompromissada de qualquer tipo de interesse da sociedade”, explica.
“O que está em jogo hoje é a nossa sobrevivência enquanto nação independente, o que se quer é nos remeter a condição colonial, de exportadores de matérias primas, recursos naturais e importadores de tudo”, conclui Celestino.
O evento conta com a participação da FUP e de várias outras entidades da sociedade civil e movimentos sociais, além deparlamentares de diferentes partidos políticos, como a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB/RJ), o senador Lindberg Farias (PT/RJ), o senador Roberto Requião (PMDB/PR), o deputado federal Celso Pansera (PMDB/RJ), o deputado federal Glauber Braga (Psol/RJ), o deputado federal Patrus Ananias (PT/MG) e o deputado federal Wadih Damous (PT/RJ).
Segundo a deputada federal Jandira Feghali, mesmo que pareçam temas distantes do cotidiano, os ataques à soberania nacional impactam diretamente a população de diversas formas. “No caso da privatização da Eletrobras, você tem o aumento da tarifa. Ou seja, o impacto no bolso do consumidor. Além disso tem a questão de política estratégica, coisas que saem da mão do país e passam para empresas. A população é a que mais sofrerá, porque o interesse dela é sempre posto abaixo do mercado”, explica.
Pedro Celestino acrescenta ainda um exemplo de como a soberania é essencial para que o Brasil continue se desenvolvendo de forma justa e democrática. “Um exemplo clássico é o caso da Petrobras. Sem ela, vamos ter que importar todas as matérias primas do petróleo. Isso é o que ocorre hoje na Nigéria e no Oriente Médio, países conflagrados por guerras e conflitos porque não têm propostas de desenvolvimento que atendam os interesses dos seus povos”.
Via Rede Brasil Atual