Fórum de SMS : insegurança na Petrobrás é problema de gestão

É urgente que o presidente da Petrobrás, os diretores e gerentes executivos apontem mudanças estruturais, a partir de propostas discutidas com os trabalhadores…





Imprensa da FUP

A insegurança no Sistema Petrobrás tornou-se um problema crônico e de gestão, que afeta todas as unidades da empresa. No último dia 25, enquanto os trabalhadores se mobilizavam em defesa da vida, a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) interditou parcialmente a plataforma P-10, da Bacia de Campos. Os fiscais relacionaram 45 problemas, dos quais três colocam em risco grave e iminente a vida dos trabalhadores. É a oitava plataforma da Petrobrás interditada por falta de segurança em menos de dois anos. 

Os problemas se repetem nos campos de produção terrestre, nas refinarias, nos terminais e demais unidades da empresa. O alto grau de terceirização e a falta de investimentos necessários para que a Petrobrás cresça com segurança e sem colocar em risco a vida do trabalhador são apenas parte do diagnóstico. A insegurança está intimamente ligada a um modelo de gestão autoritário e neoliberal, que incentiva a competição e o individualismo, a terceirização de riscos, subnotificações de acidentes, práticas antissindicais, desrespeito aos acordos coletivos, violação das legislações trabalhistas, entre tantos outros absurdos. 
 
Recentemente, em uma ação cautelar contra a greve do dia 22 na Bacia de Campos, os gestores da Petrobrás demonstraram como tratam as questões de SMS, tentando enganar o juiz, ao relatar uma série de procedimentos necessários para garantir a segurança operacional e a vida dos trabalhadores no caso de parada de produção. A intenção era responsabilizar o sindicato pelo “grave risco à segurança” que significaria uma greve de 24 horas. Nas páginas da ação cautelar, assim como nas diretrizes de SMS, os gestores da Petrobrás pregam uma coisa e fazem exatamente o oposto. Tem sido assim, ano após ano. Morte após morte. De olho nas metas de produção, eles violam leis e normas internas, arriscam a vida dos outros. 
 
Enquanto no papel, a Petrobrás faz de conta que zela pela segurança, os trabalhadores perdem vidas em tragédias anunciadas. Quando não matam, os acidentes de trabalho mutilam, queimam, perfuram, eletrocutam. Somam-se a isso as doenças ocupacionais geradas por exposição a agentes químicos e nocivos, como é o caso do benzeno, produto altamente cancerígeno, mas que os gestores da empresa querem impor um “limite de tolerância”. É esse modelo de gestão que deve ser dissecado e enterrado no Fórum de SMS. É urgente que o presidente da Petrobrás, os diretores e gerentes executivos apontem mudanças estruturais, a partir de propostas discutidas com os trabalhadores. A vida deve estar sempre em primeiro lugar, independentemente das metas de produção da empresa.