A direção da Petrobrás seguindo a cartilha do governo golpista de Temer (PMDB) e seus aliados do DEM, PSDB e outros partidos de direita, está se antecipando e instalando a contrarreforma trabalhista na empresa, através dos contratos das terceirizadas. O enredo é o seguinte: a Petrobrás reduz o valor dos contratos com as terceirizadas, que por sua vez demite seus trabalhadores ou propõe redução de salário. Quem aceita, continua exercendo as mesmas funções com salários mais baixos. Houve casos de proposta de redução de até 70% do salário.
O que estamos percebendo é que na antessala da contrarreforma trabalhista, muitos estão se aproveitando para aumentar sua margem de lucro, demitindo, reduzindo salários dos que ficam, ou contratando novos empregados com salários mais baixos.
É a nova ordem que se instala no Brasil, alerta a economista e supervisora técnica do DIEESE, Ana Georgina Dias, “com ela, a precarização do trabalho, além de possível, passa a ser legal”. Para Georgina “a contrarreforma traz inúmeros riscos aos trabalhadores, que serão lançados à voracidade do mercado, tendo que lidar com o aumento da força do empregador, desequilibrando a balança, que traz de um lado o patronato e do outro os trabalhadores e o sindicato”.
O coordenador do Sindipetro Bahia, Deyvid Bacelar, lembra que no caso da Petrobrás, os empregados diretos também estão vendo seus direitos serem ameaçados. “A direção da estatal já deixou claro que a sua intenção é de retirar direitos”, afirma Deyvid, que cita como exemplo a Eletrobrás, que ainda nem teve sua venda concretizada e a direção da empresa já anunciou a demissão em massa de quase 70 empregados da Eletrobrás Distribuição Roraima. De acordo com o Sindicato dos Urbanitários de Roraima, a estatal não se proõe a fazer nenhum acordo administrativo com aqueles que estão aposentados ou prestes a se aposentar.
Deyvid lembra ainda que a Petrobrás, através do seu diretor de Assuntos Corporativos, Hugo Repsold, divulgou que não haverá mais concursos públicos ou PIDV. A ideia segundo Repsol “é fazer acordos diretos com os trabalhadores, um novo modelo possível a partir da reforma trabalhista, que passa a valer no mês de novembro”.
Diante desta conjuntura, mais do que nunca, garantir os direitos dependerá da força e capacidade de resistência da categoria. Sozinhos, os sindicatos e a FUP, não vão conseguir ir muito longe, por isso a Federação reafirma “o ACT vai ter o tamanho da luta da categoria”.
Vamos dar continuidade à nossa luta nas ruas. Vista sua camisa laranja e participe da mobilização no dia 10 novembro, sexta-feira, convocada pela CUT, CTB e demais centrais sindicais, para dizer não à contrarreforma. Ás 6 h (paralisações nas bases) e às 11h ( Caminhada do Campo Grande à Praça Castro Alves).
Fonte: Sindipetro-BA