Há tempos que o Sindicato alerta a sociedade sobre o descaso com que a chefia da refinaria trata as questões que envolvem segurança, meio ambiente e saúde (SMS). Em vários espaços de atuação, os dirigentes sindicais relatam as situações de riscos submetidas aos trabalhadores pelos gerentes setoriais.
Nas auditorias externas do Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos (SPIE), por exemplo, são apontados vários problemas, como vazamentos em torres, permutadores, vasos e condições inseguras de operação, bem como emergências causadas por corrosão e falta de efetivo próprio em praticamente todos os setores da Repar.
Por várias vezes o Sindicato solicitou respostas oficiais da gestão da refinaria sobre as condições inseguras de operação em equipamentos ou sistemas, sobre contaminações frequentes no sistema de água de resfriamento, subnotificações de acidentes, descumprimentos de normas regulamentadoras (NR-20, NR-24, NR-13 e NR-35, entre outras), precarização da equipe de combate à emergências (EOR), falta de EPIs, baixo efetivo, péssima qualidade das refeições, sucateamento dos veículos utilizados internamente pelos trabalhadores da manutenção e da EOR, clima organizacional pesado causado pelo terrorismo e autoritarismo dos gestores, punições e sanções disciplinares absurdas, cortes nos valores dos contratos com prejuízos aos terceirizados, tratamentos de frequências realizados como práticas antissindicais…
São problemas que surgem quase que diariamente dentro dos muros da refinaria. Apesar das cobranças por parte do Sindicato e da CIPA, os responsáveis se fazem de desentendidos ou simplesmente ignoram a realidade, se escondendo em um mundo de fantasia em que “mão no corrimão” e o “sistema de consequências” resolveriam todos os problemas de SMS.
Frente a essas irresponsabilidades das chefias, o Sindicato busca envolver outras instâncias para tentar solucionar os problemas enfrentados pelos trabalhadores. Algumas denúncias foram realizadas, como, por exemplo, de descumprimento da NR-35 (trabalho em altura), além de abrir ações jurídicas acerca da falta de efetivo, da ausência de riscos ocupacionais nos atestados de saúde (ASO) dos trabalhadores expostos ao benzeno, dentre outros processos.
É devido a esse cenário que a fiscalização dos auditores do extinto Ministério do Trabalho no início desse mês traz esperança de que as coisas comecem a mudar e que aqueles gestores que se acham acima da lei possam ser punidos, pois é devido ao descaso dos mesmos que inúmeros acidentes de trabalho têm ocorrido.
É com um trabalho conjunto entre os trabalhadores expostos a todas as arbitrariedades, com o Sindicato e CIPA cobrando soluções da empresa, que poderemos construir melhores condições de trabalho para todos e todas.
[Via Sindipetro-PR/SC]