Especialista em privatização, genro de delator de Lula assume presidência da Caixa

 

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) oficializou nesta segunda-feira (7) a nomeação de Pedro Guimarães como presidente da Caixa Econômica Federal (CEF). O economista, que se especializou em privatizações nos Estados Unidos, é genro de Léo Pinheiro, ex-executivo da OAS.

Pinheiro foi preso através de investigações da Lava Jato sob a acusação de pagar propina a políticos em troca de favorecimentos para sua empreiteira. Ele foi solto, no entanto, após fechar um acordo de delação premiada para incriminar Lula.

Em seu depoimento, que motivou o processo contra o ex-presidente, o ex-executivo afirmou que Lula era uma espécie de “proprietário oculto” de um apartamento triplex no Guarujá, em São Paulo. A delação dava conta de que o apartamento seria uma recompensa por Lula ter concedido benefícios para a OAS em seu governo, mas não há nenhuma prova de que o petista teria recebido, de fato, o imóvel ou que era seu proprietário. Tanto é que o apartamento, após a prisão de Lula, foi leiloado para pagar dívidas da própria OAS – o que comprovaria que a empreiteira é a verdadeira detentora do imóvel que levou o ex-presidente ao cárcere.

O genro de Pinheiro, em seu discurso de posse como presidente da Caixa, sinalizou prioridade para as privatizações, anunciou a saída do banco público do mercado de crédito e afirmou que a classe média terá juros do crédito habitacional de acordo com o mercado.

Pedro Guimarães também afirmou que vai intensificar o processo de fatiamento da Caixa e confirmou a presença de militares em postos importantes no banco. Ele anunciou ainda que vai definir um cronograma para devolver ao Tesouro todos os aportes concedidos na modalidade Instrumento Híbrido de Capital e Dívida (IHCD), o que, de acordo com o último balanço trimestral, em setembro, somaria R$ 40,2 bilhões.

“Faremos isso (devolução do dinheiro ao Tesouro) via venda de participações de empresas controladas: seguros, cartões, assets (ativos) e loterias. Já começa agora, pelo menos duas neste ano”, disse Guimarães.

[Com informações das agências de notícias e das Revista Forum e Carta Capital]