Entramos no ano de 2022 e janeiro já provou que Deus é brasileiro e petroleiro. O ano mal começou e já estamos em uma sequência de diversos acidentes e situações que colocaram a força de trabalho da REDUC, TECAM e UTE-GLB em risco. Em apenas um mês, o Sindipetro Caxias documentou o episódio de um tanque voador, um trabalhador espancado na porta da refinaria, rádios inoperantes; vazamento de gás, além de um incêndio na U-1640.
No dia 07, na entrada do turno, quando chegava para trabalhar, o Técnico de Operação do TEU/MC foi agredido no arco da REDUC. Ele teria sido abordado por pessoas que fazem parte de um movimento de desempregados que não é organizado pelo SITICOMMM. O grupo perdeu a razão da luta por emprego ao agredir fisicamente um trabalhador. A covardia foi tamanha, que o TO precisou ser encaminhado ao Caxias D’or para uma cirurgia devido a múltiplas fraturas na face e no nariz.
Na manhã do dia 14, ocorreu um incêndio causado por um curto circuito na SUB P1 da estação de energia elétrica localizada entre o laboratório e a base do SMS/SI. Por sorte não houve feridos, pois os técnicos de segurança industrial da Petrobrás atuaram com profissionalismo e conseguiram debelar o fogo evitando que se alastrasse para os prédios próximos. Na tarde do dia 20, ocorreu um acidente sem vítimas na U-4500, causado por pressurização do TQ – 450051 durante procedimento de liberação da unidade para a parada de manutenção programada. O equipamento alçou vôo livre numa altura de mais de 4 metros, parando sobre o pipe-rack.
No dia 25, recebemos a informação de que os trabalhadores e trabalhadoras da oficina – Mecânica e Elétrica/Instrumentação – sentiram um cheiro forte de esgoto e H2S por volta das 10h da manhã. O SMS/SI foi acionado e imediatamente o local foi evacuado, tendo os trabalhadores sido conduzidos em direção ao prédio administrativo. O Sindipetro Caxias apurou que naquele momento estava sendo realizado um serviço de raqueteamento no sistema de flare, na avenida N.
No final do dia 28, houve um vazamento seguido de incêndio no setor de Lubrificantes e Parafinas da REDUC devido ao rompimento da tomada de um PI no reator R-6401B. O isolamento do reator ficou impregnando com produto combustível e por isso pegou fogo. A U-1640 (Hidrogenação da Parafina) parou imediatamente e o fogo foi debelado pela operação da unidade. Esta sucessão de eventos de insegurança tem se dado há alguns anos por falta de interesse político em conservação e manutenção na unidade mais complexa do Sistema Petrobrás, transformando a refinaria em uma bomba relógio.
A Direção do Sindipetro Caxias vem alertando sobre a insegurança promovida pelo descaso da gestão da Petrobrás e subsidiárias em suas bases de representação. Em especial, a falta de efetivo e de investimento em manutenção coloca a vida dos petroleiros e petroleiras de Caxias em risco. Parece que a Gerência está aguardando que um acidente com morte ou lesão grave aconteça. O Sindipetro Caxias está denunciando ao MPT e ao MPF a insegurança que se instaurou na REDUC e pede aos trabalhadores e trabalhadoras que utilizem o seu poder de recusa diante de ordens absurdas e de manobras inseguras. A vida é inegociável. Utilize o seu direito de recusa e denuncie as mazelas do seu local de trabalho para que o sindicato possa atuar na solução desses problemas.
[Da imprensa do Sindipetro Caxias]