Falta de ação da Petrobrás faz com que Sindipetro Bahia intervenha para proteger trabalhadores do coronavírus

Diante da quantidade de denúncias de negligência no combate ao covid- 19 (coronavírus) em várias áreas do Sistema Petrobrás na Bahia, recebidas pelo Sindipetro, a diretoria do sindicato resolveu tomar ações práticas para proteger os trabalhadores e trabalhadoras.

A ação começou pela unidade de Bálsamo, na manhã dessa segunda-feira (23), onde o Sindipetro comprovou as denúncias que vêm sendo feitas pela categoria. O sindicato encontrou cerca de 300 trabalhadores de diversas empresas terceirizadas chegando em vans, ônibus e carros pequenos lotados, sem nenhuma proteção e como se não estivéssemos vivendo uma pandemia.

Juntamente com os trabalhadores, o sindicato fez um filtro, separando um contingente mínimo para manter todas as atividades.

O restante do pessoal entrou nos veículos e retornou para suas casas, mas antes relataram que não há higienização nos transportes e que ela é precária no local de trabalho. Eles também denunciaram falta de álcool gel e de sabonetes.

Após denúncias feitas pelo Sindipetro, a Petrobrás vem, de fato, reduzindo seu efetivo próprio nas áreas operacionais, mas não está tendo o mesmo cuidado com os trabalhadores terceirizados, o que também é de responsabilidade da estatal, pois eles atuam em unidades que pertencem à empresa

A negligência das empresas terceirizadas e da Petrobrás está levando ao pânico. Muitos trabalhadores disseram que se sentem desprotegidos, expostos e têm medo de contrair o vírus.

A situação é muito grave e como representantes desses trabalhadores fomos forçados a tomar essa atitude, explica o diretor de comunicação do Sindipetro, Radiovaldo Costa. “Temos de denunciar, chamar a atenção para que a Petrobrás tome uma atitude que proteja esse segmento da categoria, ressalta o sindicalista que chama atenção ainda para a circulação das pessoas, lembrando do caso do médico contaminado que atendeu vários pacientes nas cidades de Entre Rios, Esplanada, Cardeal da Silva, Acajutiba e Catu, cidades onde moram a maioria dos trabalhadores que prestam serviço à Petrobrás.

“ Nesse momento, a produção é secundária, o mais importante é a segurança e a vida dos trabalhadores. É urgente preservar a vida das pessoas, pois já está provado, com base nas experiências da China e cidades da Europa, que o isolamento social, agora, é a melhor forma de prevenção. Por isso, vamos dar continuidade a esse tipo de ação nas outras áreas do Sistema Petrobrás, ao mesmo tempo que seguimos procurando interlocução com as gerências da estatal, através de ligações telefônicas, para que o problema seja resolvido de uma vez por todas sem prejuízo aos trabalhadores que devem ter os seus salários e empregos mantidos”, afirma Radiovaldo.

Para o Sindipetro, a Petrobrás, enquanto empresa pública, tem de pagar essa conta para o bem da sociedade. Ao manter em suas instalações centenas de trabalhadores, inclusive sem os EPIs necessários para casos de pandemia, a estatal coloca em risco também os moradores das cidades vizinhas.

O Sindipetro vai endurecer suas ações durante essa semana para evitar essa concentração desnecessária e absurda de trabalhadores nas áreas.

Fonte – Sindipetro Bahia