A FAFEN-BA tem know-how para hibernar? A história mostra que não. Em 10 anos, a FAFEN-BA tentou hibernar duas plantas e fracassou. A planta de hidrogênio, também conhecida como AMONIA 1, foi a primeira planta da FAFEN-BA.
Com a construção da AMONIA 2, a AMONIA 1 passou a ser chamada de Planta de hidrogênio, pois fornecia H2 à nova planta e contribuía com aumento de 10% na capacidade de produção de amônia da FAFEN.
Após discussões sobre os custos da planta e a inviabilidade econômica momentânea de utilizá-la para produção de metanol, em 2008 a Petrobrás decidiu hibernar a planta de hidrogênio até que se tivesse um destino viável.
Essa decisão, inclusive, foi influenciada por um gestor da planta de amônia à época, que nos seus cálculos mirabolantes concluía que os 10% na capacidade de produção não pagava a operação da planta de Hidrogênio.
Pelo Programa de Hibernação da planta de H2, os equipamentos deveriam ser “pressurizados com N2 com a finalidade de não ocorrer a desativação dos catalisadores e os demais equipamentos como torres, trocadores, vasos e tubulações, evitando a oxidação com a presença de umidade”, conforme relatório de jun/2008. O programa previa ainda rodar compressores a cada 15 dias, substituir sílica-gel a cada 6 meses, circular sistema de lubrificação semanalmente, manter instrumentos eletrônicos energizados, etc.
Nada disso aconteceu.
A Planta de Hidrogênio hoje é apenas fornecedora de parafusos e instrumentos e não tem nenhuma condição de voltar a operar. Nenhum controle foi feito ao longo desses 10 anos de “ hibernação”.
O mesmo aconteceu com a Planta de Ácido Nítrico, também da FAFEN-BA, que produzia 100 ton/dia e era a planta de maior lucratividade.
Foi “hibernada” em 2012 para aguardar a manutenção da planta de TDI da Dow Química que utilizava o ácido em sua produção e não tinha previsão de retorno. Mas mesmo que a Dow Química voltasse a demandar o Ácido Nítrico, não poderia porque a Petrobrás desistiu da produção do ácido e a planta, que fica nos fundos da FAFEN-BA, foi abandonada à sorte.
Dois “cases” de fracasso no currículo da Petrobrás mostram que nunca houve hibernação de fato da FAFEN-BA. Duas plantas inteiras abandonadas.
Torres, bombas, compressores, trocadores, instrumentos, tanques, tubulações, tudo entregue à oxidação, ao mato e ao desmanche irresponsável. As plantas hoje estão cercadas pelo risco de queda dos equipamentos.
Isso é mais uma prova de que o Presidente da Petrobrás mentiu aos trabalhadores, ao COFIC, ao governo da Bahia, à indústria agropecuária e à sociedade, ao comunicar a hibernação da FAFEN-BA, querendo fazer crer que a paralisação da unidade seria temporária.
O Sindipetro Bahia continuará denunciando esse golpe que tem o intuito de desindustrializar a Bahia, gerando desemprego e o enfraquecimento do estado e da sociedade baiana.
[Via Sindipetro – Ba]