Estudo do Dieese revela que 2010 foi o ano de maiores ganhos reais para os trabalhadores

Através da FUP, os petroleiros conquistaram no mínimo 30% de reajuste
entre 2003 e 2010, zerando os 12,45% de perdas acumuladas entre 1995 e 2002





Imprensa da FUP

O Dieese apresentou no dia 17 de março o balanço das negociações salariais realizadas em 2010. Dos 700 acordos pesquisados, 88,7% ficaram acima do INPC/IBGE. Foi o maior número de aumentos reais registrado pelo Dieese desde 1996, quando passou a realizar esta pesquisa. Nestes 15 anos de levantamento, o ano de 2010 foi o que representou maior ganho salarial aos trabalhadores. Dos 621 acordos fechados acima da inflação, 15% resultaram em ganhos reais superiores a 3%, tomando como base o INPC.

Segundo os balanços realizados pelo Dieese, desde 2004 se observa uma tendência de crescimento dos acordos com reajustes acima da inflação. Entre os petroleiros, as negociações conduzidas pela FUP arrancaram neste período reajustes salariais acima da inflação, como comprova o estudo feito pela Subseção Dieese e que pode ser acessado aqui.

O estudo destaca os reajustes acumulados entre 2003 e 2010, que equivalem a, no mínimo, 30% acima do ICV/Dieese, se tomarmos como exemplo um trabalhador do Regime Administrativo que está há 30 anos na Petrobrás. O estudo também aponta as perdas salariais acumuladas pelos petroleiros entre 1995 e 2002, quando a categoria amargou 12,45% de prejuízos, em relação ao ICV/Dieese do período.

“Os trabalhadores da ativa da Petrobras conquistaram significativos aumentos em suas remunerações mensais nos anos recentes. Este processo está diretamente relacionado à capacidade de organização e mobilização dos trabalhadores que conquistaram importantes aumentos na remuneração total, por meio do Plano de Cargos e Salários, em um primeiro momento, e pela Remuneração Mínima por Nível e Regime – RMNR, a partir de julho de 1997”, ressalta o estudo da Subseção Dieese.

Unidade para avançar nas conquistas

Em 2010, pela primeira vez em muitos anos, a FUP e seus sindicatos fecharam o acordo coletivo em setembro, data base da categoria, garantindo aos petroleiros o maior ganho real de todos os tempos: 9,36%, que representaram até 4,66% de reajuste acima da inflação, como comprova o estudo do Dieese. Tomando como base os últimos quatro anos, a categoria acumulou 14% de ganhos reais nas negociações conduzidas pela FUP. Uma conquista que reflete o poder de luta e organização dos petroleiros, que se mobilizou e entrou em greve inúmeras vezes para garantir os seus direitos.

Nada disso, no entanto, seria possível sem unidade. É com unidade e luta que os petroleiros têm combatido a política de remuneração herdada dos governos tucanos e que ainda encontra eco em alguns setores da gestão da empresa. A mesma unidade que foi fundamental para conquistar um plano de cargos democrático, construído em conjunto com as representações sindicais e que pôs fim às discriminações salariais que existiam entre os trabalhadores admitidos antes e depois de 1997.

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