Do G1-RJ, por Bernardo Tabak
A Petrobras informou, nesta quarta-feira (11), que o vazamento encontrado no Campo de Roncador, na Bacia de Campos, no Norte Fluminense, não é de petróleo. De acordo com a nota oficial, não se trata de “petróleo proveniente de qualquer reservatório produtor desse campo ou de qualquer outro petróleo produzido na Bacia de Campos”. Segundo a estatal brasileira, “as gotículas coletadas têm características semelhantes a um tipo de fluido usado na operação de perfuração de poços, que tem como constituinte básico a n-parafina”.
A nota informa ainda que não há perfurações recentes nas proximidades da área do Campo de Roncador onde foi localizado o vazamento, e que não há “registro de manchas de fluido na superfície do mar”. Segundo a Petrobras, a “qualidade da cimentação dos poços do Campo de Roncador, nas proximidades da ocorrência, foi verificada, indicando que existe integridade e isolamento efetivo entre os poços e as formações no seu entorno”.
A companhia encerra a nota informando que a origem do fluido está sendo analisada pela equipe técnica da Petrobras. A Agência Nacional do Petróleo informou que, até o fim do dia, deve ser divulgado o resultado do exame feito nas gotículas coletadas em Roncador.
Vazamento foi descoberto pela Chevron
A assessoria de comunicação da Chevron Brasil confirmou que o vazamento de petróleo no Campo de Roncador, na Bacia de Campos, explorado pela Petrobras, foi descoberto por um ROV (sigla em inglês para “veículo operado remotamente”) operado pela Chevron. A companhia é sócia majoritária do Campo de Frade, vizinho a Roncador. Em novembro de 2011, ocorreu um vazamento de 2,4 mil barris de óleo no Frade. Em março deste ano, a Chevron informou a ocorrência de exsudação de óleo, também no Frade. O ROV constatou que a localização do novo vazamento estava fora do limite do Campo de Frade e a Chevron notificou a ocorrência à Petrobras.
Segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP), o ponto do vazamento no Campo do Roncador, localizado na noite de domingo (8), está situado a cerca de 500 metros da fronteira com o Campo de Frade. A ANP informou que foram coletadas amostras do óleo que vazou no Roncador, com o objetivo de identificar a origem do vazamento. Os resultados, de acordo com a agência, devem ser obtidos em até 48 horas. O volume de óleo que vazou ainda não foi informado pela ANP, que está apurando a quantidade.
‘É possível que óleo vaze até se esgotar’, diz procurador sobre Campo de Frade
Com relação aos vazamentos no Campo de Frade, o procurador da República Eduardo Santos de Oliveira, que processa criminalmente a Chevron, afirmou em entrevista coletiva que “estamos diante de um acidente que não seja mais possível parar de vazar até o reservatório acabar”. “É uma situação calamitosa. Vai vazar óleo até que se esgote a capacidade da rocha reservatória”, afirmou o procurador.
Até o momento, de acordo com a ANP, não há identificação de mancha na superfície do mar. A ANP informou que seguirá acompanhando estreitamente o incidente e manterá a sociedade informada sobre os seus desdobramentos.
Em nota, a Petrobras confirmou o ocorrido e informou que foi identificada uma “exsudação de gotículas de óleo no solo marinho do Campo de Roncador”, localizado a 120 quilômetros da costa do Rio de Janeiro e a cerca de 500 metros do limite com o Campo de Frade, no domingo (8). A Petrobras ainda acrescentou que as autoridades competentes foram informadas da situação.