Estadão ataca "greve" dos petroleiros







 Os trabalhadores da Petrobras decidem hoje (22) se deflagram uma greve nacional. A categoria reivindica 10% de aumento real e melhorias nas condições de trabalho. A empresa, antes intransigente, avançou na proposta de reajuste – que passou de 1% para até 3,25%. Mas, segundo João Antônio de Moraes, presidente da Federação Única dos Petroleiros (FUP), ela ainda é insuficiente.

Além da reposição das perdas inflacionárias e do aumento real de salário, a categoria  reivindica maior segurança no trabalho. Segundo a FUP, o número de mortes por acidente de trabalho subiu de 10, no ano passado, para 16 neste ano. Os problemas de segurança inclusive têm afetado a produção, com o fechamento temporário de várias plataformas nos últimos anos.

A criminalização das lutas sociais

Antes mesmo de decidir se entrarão em greve, os petroleiros já são alvo da artilharia pesada da mídia corporativa no seu habitual processo de criminalização das lutas sociais. O oligárquico Estadão já publicou editorial raivoso contra a mobilização da categoria. Na sua visão elitista e anti-sindical, os funcionários da Petrobras são tratados como “marajás” que não merecem reajuste salarial.

“Os empregados da estatal já desfrutam de benefícios inimagináveis para a quase totalidade dos trabalhadores brasileiros, como planos generosos de assistência médica e de aposentadoria complementar pelo fundo Petros, além da distribuição de lucros por intermédio do PLR, cabendo R$ 16,5 mil a cada trabalhador”, afirma o editorial, contra qualquer “aumento generoso” de salário.

Ousadia no combate aos barões da mídia

Para o Estadão, que sempre defendeu os juros dos rentistas e os altos lucros das corporações empresariais, “o governo do PT tem-se mostrado dócil às reivindicações dos sindicalistas – que se incluem nas bases de apoio ao governo Dilma. Há alguns dias, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, evitou criticar os grevistas que paralisaram os Correios”.

Em outras palavras, o jornalão prega mais intransigência e repressão diante das demandas trabalhistas. A mídia hegemônica não esconde o seu caráter de classe burguês. Os trabalhadores também deveriam ser menos "dóceis”, mais incisivos e ativos, na luta de idéias contra as manipulações da imprensa patronal. Ela nem espera a decretação de greves para já criminalizá-las e satanizá-las.