Equipe de Marina assume que irá mudar exploração do pré-sal e conteúdo nacional

 

"Alô meu povo, eu não me engano, essa Marina tem bico de tucano". O refrão que tomou conta da Cinelândia no último dia 15, durante o ato em defesa do pré-sal, da Petrobrás e do Brasil, expõe com precisão o que se tornou a candidatura de Marina Silva: a segunda via do PSDB. Se em seu programa de governo, Marina trata o petróleo como um mal necessário e dedica apenas uma linha ao pré-sal, nos debates e encontros com empresários, a candidata do PSB vem revelando uma proximidade cada vez maior com o projeto tucano de privatização da Petrobrás e do pré-sal.

Seu coordenador de campanha e principal articulador político é o ex-deputado do PSDB, Walter Feldman, que, após 25 anos entre os tucanos, migrou para o PSB. Em reunião recente com empresários paulistas, ele criticou o modelo de partilha do pré-sal e o papel da Petrobrás como operadora única. "A figura do operador único não é benéfica para a Petrobrás, nem para a indústria brasileira. Precisamos de multiplicidade de atores", revelou. O ex-tucano também classificou a atual política de conteúdo nacional como "doutrinária", fazendo coro com os empresários que participaram da Rio Oil&Gas e bateram duro nesta decisão acertada do governo brasileiro e que tem sido estratégica para a indústria nacional.

Marina Silva já deixou claro que irá fazer a "revisão em profundidade de todos os programas  atuais que demandem incentivos e proteção, incluindo os casos em que é aplicada a política de conteúdo nacional", como destaca na página 73 do seu programa de governo.  Na TV, ela também declarou com todas as letras que irá refazer o planejamento estratégico da Petrobrás.  E não é só isso: Marina anunciou que irá  “atualizar” a CLT, defende explicitamente a terceirização de atividades-fim, a independência do Banco Central, os transgênicos e o agronegócio.

Cercada de tucanos e economistas neoliberais, ela se aproxima cada vez mais dos banqueiros, empresários e usineiros.  Os petroleiros e todos os trabalhadores que sofreram na pele as políticas neoliberais dos tucanos sabem que Marina e Aécio têm o mesmo projeto político de governar para o mercado financeiro e para a classe empresarial. Só se engana quem quer.

Fonte: FUP