Equatorianos cobram na justiça US$ 18 bi da multinacional por danos ambientais

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FUP

Ambientalistas da Amazon Watch, entidade internacional que apoia os equatorianos na luta contra a Chevron, estarão no Rio de Janeiro nos próximos dias e se reunirão com a FUP para somar forças nas denúncias sobre as ações predatórias e irresponsáveis da multinacional. A visita dará continuidade ao processo de solidariedade entre os petroleiros brasileiros e a organização ambientalista, iniciado em maio na Califórnia, Estados Unidos, durante a participação da FUP numa manifestação internacional contra a Chevron. “Gostaríamos de agradecê-lo novamente pela sua solidariedade aos equatorianos no processo contra a Chevron. Sua participação foi muito importante e sua liderança foi significativa”, declarou Robert Collier, diretor corporativo de campanhas da Amazon Watch, em e-mail enviado ao coordenador da FUP, João Antônio de Moraes.

O contato entre a Federação e a entidade foi fundamental para possibilitar o ingresso na justiça brasileira da ação onde os indígenas equatorianos cobram a quitação da indenização de 18,2 bilhões de dólares que a Chevron foi condenada a pagar, após ser condenada culpada por danos ambientais na região amazônica do Equador.

Entre 1964 e 1990, a Texaco, que foi adquirida pela Chevron, despejou na floresta e em seu entorno cerca de 66 bilhões de litros de óleo e demais produtos tóxicos, sem qualquer tratamento prévio afetando aproximadamente 30.000 pessoas, a maioria indígenas. O solo, os lençóis freáticos e os cursos d’água ficaram permanentemente contaminados e, como se não bastasse, a multinacional abriu na floresta mais de mil piscinas onde lançou todo tipo de dejetos químicos provenientes da extração petrolífera. Muitas delas permanecem ao ar livre até hoje. Outras foram soterradas e voltaram a brotar.

Apesar de condenada, a Chevron recorreu à Suprema Corte de Justiça do Equador, tentando fugir à responsabilidade. O processo judicial começou há dez anos nos tribunais dos Estados Unidos, mas foi transferido ao Equador por pedido da própria multinacional, que agora quer impugnar a sentença. A Chevron não possui mais ativos no país, por isso os equatorianos estão buscando a execução da sentença em outros países onde a petrolífera atue. Além do Brasil, eles entraram com ações também no Canadá.