No dia 12 de julho, quando a Câmara dos Deputados Federais aprovou o regime de urgência para o Projeto de Lei 4567/16, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo divulgou relatório mensal onde afirma que o Brasil alcançará em 2017 o maior aumento de produção de petróleo fora da Opep, atingindo 3,37 milhões de barris por dia. Segundo o estudo, nós estamos na direção contrária a das outras nações, cuja média diária do aumento de extração deverá ser reduzida à metade no próximo ano. A Opep também apontou o Brasil como o único país da América Latina que aumentará a produção em 2016.
Tudo graças aos excelentes resultados operacionais da Petrobrás, que, a despeito dos seguidos recordes de produção, continua sendo dilapidada por seus gestores e está na iminência de perder as garantias legais que lhe permitem participar de todos os campos do Pré-Sal e ser a única operadora destas reservas. Esse é o objetivo do governo interino de MiShell Temer, que corre para aprovar o PL 4567, enquanto já articula novas mudanças nas regras do Pré-Sal, inclusive um leilão a toque de caixa para o primeiro trimestre de 2017, quando pretende entregar às multinacionais campos vizinhos aos que já estão sob a operação da Petrobrás.
Para isso conta com o aliado Pedro Parente a quem entregou interinamente o comando da estatal. Ele vem cumprindo à risca os compromissos políticos assumidos com os golpistas. Além de afirmar que não interessa à Petrobrás ser operadora do Pré-Sal, é o único gestor no planeta que está disposto a fazer uma petrolífera abrir mão de pelo menos 82 bilhões de barris de petróleo, que é o que a estatal brasileira perderá se deixar de ter participação mínima nos campos exploratórios, como determina o PL 4567.
Em consonância com os planos de MiShell Temer, Pedro Parente divulgou esta semana que é favorável aos leilões do Pré-Sal e que, se achar que vale a pena, a Petrobrás pode até participar. A quem ele pensa que engana? Com os preços do barril do petróleo em baixa, nenhum país produtor do mundo está leiloando suas reservas. Em se tratando do Pré-Sal, o risco de não encontrar petróleo é zero. Furou, achou.
Ou seja, as multinacionais receberão a preço de banana a mais cobiçada reserva de petróleo do planeta. Temer e Parente já estão com tudo engatilhado, só esperando o PL 4567 ser aprovado e o impeachment passar pelo Senado. Estaremos diante do maior assalto da atualidade às riquezas naturais de um país, se o Pré-Sal for entregue às petrolíferas estrangeiras. Só teremos força para impedir que isso aconteça, se retomarmos a campanha “o petróleo é nosso”. Os petroleiros seguirão na linha de frente, resistindo aos entreguistas, mas essa luta só venceremos se a sociedade civil vier conosco. Defender a Petrobrás e o Pré-Sal é defender o Brasil.
Fonte: FUP